É tempo de sacrifícios, dizem. Ou seja, é tempo de se prescindirem bens imediatos em favor de bens futuros. Por isso, privarmo-nos agora na expectativa de um melhor futuro.
Ora, nesta lógica que fazer? Sem fuga possível, dado o presente exaurido e na crença de um futuro mais conseguido, nada mais nos resta do que a aceitação do sacrifício, ainda que com indignação e revolta para muitos.
E eles dizem ainda: Cortes na despesa do Estado!
Uma asserção da economistas, em proposição às medidas que a crise reclama.
Claro! Todos o entendemos.
Mas…
Cortes na despesa do Estado a desfavor do quê e de quem?
Dos mais pobres, dos que pouco têm, é impossível. Tirar-lhes mais do pouco que lhes resta é tirar-lhes tudo, é reduzi-los a nada.
E dos mais idosos? Os sacrifícios são feitos pelo futuro. Pois! Mas com setenta, oitenta e mais anos, que futuro resta para os mais idosos?
Cortes na despesa, por exemplo, em Lares e Centros de Dia?
Nunca!
Nuno Espinal