Solitário
Fui ilha e ermo de longínquos horizontes,
Livres de muros
Em espaços puros.
Rendido à fantasia
Pairei em brisa do acaso, aroma de maresia.
E no meu sonho bailaste,
Suaves embalos em mar quase chão
E velas serenas de caravelas a rumar
Em ventos de paixão
Fui, na ebriedade,
Distante aos clamores da cidade
Lá fora diziam: - É carnaval
Supérflua imaginação!
Antes o fantástico do meu Sonho
E no meu sonho bailaste em mar de coloridas serpentinas
O teu corpo em requebros
E movimentos libidos de sereias bailarinas.
Nuno Espinal (Coimbra, Fevereiro, 2015)