É o que se pode chamar uma resistente. E ela própria confessa:
“Podia ter, como quase todos, abalado ou para Lisboa ou para Coimbra ou para um qualquer outro local. Mas decidi ficar. Não sou eu quem vai contribuir para a chamada desertificação do interior.”
E de facto, assim é. Nem ela nem o marido, também ele vilacovense, deixaram a sua Vila Cova. Casados, há cerca de dois anos, fizeram-se à vida onde a sorte lhes proporcionou trabalho, mas mantendo residência na sua terra.
A Cláudia Lourenço, é este o seu nome, é hoje cabeleireira em Arganil. O vai e vem diário não é coisa que a perturbe. Afinal, hoje, as distâncias até estão longe de ter as dimensões antigas. “O ir e vir do dia a dia até se faz bem.”
Depois é o descanso ao fim de semana. Descanso, quer dizer…é que a lida da casa não lhe dá parança. Folga, essa, só a do cabeleireiro. E às vezes nem isso. Pois é. Algumas, das suas conterrâneas, aproveitam-lhe o saber capilar e a disponibilidade. Uma garagem serve de “Salão”. Algumas, e há que dizê-lo, e alguns. É que a Cláudia também se ajeita e bem na “Arte de Fígaro”.
Cabeleireiro “Unisexo” em Vila Cova? Quem diria?!...
Nuno Espinal/Carla Marques