Hoje, bem pela manhãzinha, chaminés já fumegam, fumos a misturarem-se na brancura de nevoeiro e geada. Eis-nos em véspera de natal, e umas horas mais consagraremos a imperial noite da família.
De súbito um vazio, um vazio triste, um tempo suspenso, marcado de ausências.
Dos sorrisos e afectos dos meus natais de então, dos meus natais de há anos, já nem um único será nos afagos da noite.
Mas retorno à vida, os fumos já em volteios, em gestos voluptuosos de sabores, o sol já se achega.
E logo, à noitinha, outros sorrisos e afectos. As recordações hão-de preencher o resto…
Nuno Espinal