De manhãzinha, campos e telhados surgem caiados de um branco que aos poucos se dilui, logo que são acariciados por amarelentos e anémicos raios de sol.
Ressurge o movimento, despontam gente e vozes.
Mas mal o sol se apresta ao esconderijo, cresce um pesado silêncio nas ruas e uma total apreensão de ausência. Nada de vivalma.
Longe estes tempos dos tempos em que as tabernas, mesmo em noites de friagem, se animavam aos goles de aguardente, que aquentavam corpos moídos de trabalho.
De uma dessas noites do passado, numa noite de Dezembro, na taberna da Dª Isabel, bem recordo umas broas doces de pinhão.
Eram broas de natal, assim diziam. Tão fantásticas quanto esses fantásticos natais de então.
Nuno Espinal