Carlos Antunes, Presidente da Direcção do Vilacovense, era, no final do jogo em que o Vilacovense saiu derrotado por um a zero, a imagem da desolação. “Assim custa perder…”, repetia inconformado. E quem ao jogo tivesse assistido compreendia-lhe perfeitamente o estado de ânimo. De facto, o Vilacovense perdia contra um adversário que, durante todo o jogo, não tinha demonstrado argumentos que justificassem a vitória. Bem pelo contrário, tinha sido o Vilacovense que, nos oitenta minutos, melhor futebol exibira, em especial devido a uma capacidade técnica mais evoluída dos seus jogadores de meio campo, que se contabilizaria em mais posse de bola, superior capacidade no desenvolvimento de jogadas e melhores oportunidades de golo.
“Assim custa perder…”, repetiria Carlos Antunes. Mas este sentimento era geral, afectando adeptos e, em especial os jogadores do Vilacovense.
Um deles chegava mesmo a confidenciar-me: Fosse a derrota com o Brasfemes teria custado, mas era mais aceite. O Brasfemes tem uma boa equipa. Com o Paradela fica-nos um grande amargo de boca. Sentimos que somos melhores…”
Pois é, mas o futebol é isto mesmo. Nem sempre a lógica se afirma no desfecho. Por vezes a sorte é o que se sabe e quantas vezes nega a vitória a quem a merece. A sorte e, no caso deste jogo, a equipa de arbitragem, em especial o bandeirinha do lado da bancada.
Dois lances são capitais para o resultado ter sido falseado:
1º: O golo do Paradela é precedido de falta de um jogador daquela equipa, quando empurrou, com toda a evidência, o jogador Marcos Oliveira. Toda a gente viu a falta. Não a quis ver o fiscal de linha, não a quis ver o árbitro, não a sancionou o árbitro. E, decorriam os últimos segundos da primeira parte, o golo foi validado.
2º: Já nos últimos minutos da segunda parte, mão na bola de um jogador do Paradela corta uma jogada do Vilacovense, mesmo à entrada da grande área. Toda a gente viu a falta. Não a quis ver o fiscal de linha, não a quis ver o árbitro, não a sancionou o árbitro. A grande penalidade não foi marcada.
Mas, enfim, o resultado do jogo foi o que foi, por circunstâncias alheias à verdade desportiva. Chega assim ao fim a época oficial desta equipa do Vilacovense. Grande época, grande equipa, grandes jogadores. Parabéns a todos eles. Parabéns ainda ao seu treinador, Wilson, aos dirigentes, especialmente ao seu Presidente e todos os restantes colaboradores.
Parabéns ainda aos adeptos, que contavam, entre eles, com a presença do Presidente da Câmara, Eng. Pereira Alves. Ontem foram uma vez mais inexcedíveis, em especial o sector feminino, nunca regateando um forte apoio, incentivando a equipa até ao último segundo. Todos sem excepção, jogadores, “staf” técnico, dirigentes e adeptos ajudaram a construir um “Vilacovense” que, nesta época 2009/2010, foi o melhor de sempre.
Nuno Espinal