Um dia cinzentão, tristonho. Sou levado a alguma nostalgia. Tento reagir, talvez alguma leitura, ou até alguma música. Isso mesmo, alguma música. Aleatoriamente surge uma valsa. Uma conhecida valsa de Strauss. Marco o compasso, um, dois, três… um, dois, três.
Uma velha foto da Flor do Alva. Lá está meu avô, de chapéu, como dirigente. Um, dois, três… um dois, três e trauteia o Danúbio Azul…
Ouço-lhe a voz: “Um, dois, três… um, dois, três…anda lá rapaz…não fujas ao ritmo…”
Recordo bem, foi com meu avô que os aprendi, os compassos básicos, teria uns seis, sete anos…
Um, dois, três…um, dois, três e já cantarolamos uma velha valsa, arrancada magistralmente pelo saxofone do Sr. Augusto.
Nuno Espinal