Estive a semana passada em Lisboa. Uma olhadela pela noite e fiquei pasmado. Ruas já iluminadas com motivos natalícios e, para maior espanto, o tremelicar de luzinhas e mais luzinhas em vulgares janelas de habitações. E tudo isto a mais de um mês do vinte e cinco de Dezembro. É de mais! Já nem falo dos anúncios, a televisão na vanguarda. Natal, natal e mais natal!
Porra! Este frenesim apoquenta-me. Vulgariza o Natal. Ano a ano, o Natal cada vez mais precoce. Por isso, hei-de prevenir-me. Quero o meu Natal a ser cumprido no seu próprio Tempo. Daí que Vila Cova ainda seja uma reserva. Nas memórias e ainda no presente.
E como dizia Nietzsche: “Há muitas coisas que quero, de uma vez por todas, não saber. A sensatez estabelece limites mesmo ao conhecimento.”
Nuno Espinal