Seria um absurdo se nesta vaga de frio Vila Cova não tiritasse. Claro que treme e muito. A noite traz temperaturas negativas, tendo sido atingidos, na madrugada do dia 8, os sete graus negativos.
Quando o Sol se recolhe e a noite esboça o seu início, Vila Cova torna-se, nas suas ruas, um verdadeiro deserto de gente. Eu tenho por hábito, já noite encorpada, dar algumas passadas por aqui e ali. Nem viv’alma. Só o silêncio enche. O silêncio e um outro canito, um gato furtivo.
Mas, neste pico de friagem, até a bicharada se recolhe. E o silêncio torna-se mais silêncio.
Já em casa, o meu gato enrosca-se em aposento estrategicamente situado. Ali fica, ao bafo do lume, horas e horas a fio. Olho-o e sublimo-lhe a tranquilidade. E sinto-me tão pacificado!…
Nuno Espinal