A essência de muita da dinâmica e de algum progresso das pequenas comunidades espalhadas pelo país é o associativismo, gerado de um voluntarismo imprescindível para que a sua existência e eficácia sejam um facto. Neste processo surge, como peça fundamental, a figura do dirigente. Quantos homens, no nosso reduto que é Vila Cova, não se disponibilizaram, ao longo de anos, a tarefas dirigentes em instituições que se vieram afirmando como bens determinantes para o que de melhor sempre se fez em prol da terra e dos vilacovenses?
A foto que me chegou às mãos é um registo de um desses homens. Trata-se do Sr. Jorge de Almeida, já falecido há uns vinte anos,
Não tenho a data precisa da foto, mas não deve ter menos de quarenta anos. Nela o Sr. Jorge de Almeida assume-se na posição de Presidente da Flor do Alva.
Conheci-o bem e guardo da sua profissão de alfaiate muitas referências, devidas especialmente à sua alta mestria na arte. Recorri, algumas vezes, quando jovem, aos seus préstimos. Peça que das suas mãos viesse encaixava que nem uma luva. Nem um centímetro a mais, nem um centímetro a menos, tudo na medida certa, na perfeição.
Na sua oficina de trabalho acomodei-me várias vezes, envolvido numa boa cavaqueira, animada pelo seu fino humor, pela piada sempre oportuna.
Deixo-lhe aqui a minha homenagem e, já agora, com um abraço a seu filho, o meu amigo de sempre, Toneca.
Nuno Espinal