Quero acreditar que não. Que o que para aí dizem até nem é verdade. Como, por exemplo, que uns são filhos de Deus e outros…
Repito, quero acreditar que não. E que para aqui, para a banda de Vinhó, a estrada vai ser tal e qual como a que usufruem os nossos amigos de Casal de S. João. Sem buracos, sem pedregulhos.
É que os nossos carros também têm pneus, suspensões e outras coisas mais, tal como um qualquer outro carro. E que os nossos ossos, os nossos ricos e doridos ossos, já é tempo de merecerem um poucochinho de consideração, de deixarem de ser tão castigados.
E eu apesar de ser vítima, quase diária, de tamanha monstruosidade, que é esta coisa que ainda é tida pelo nome de estrada, eu torno a afirmar e a repetir que quero acreditar que não…ou, melhor, que sim…que homens e máquinas não tardam a surgir por aí.
Manuela Antunes