A sardinhada com grande afluência/foto de José Artur Leitão
No último sábado, dedicados vilacovenses deram um exemplo afincado de que ainda há dirigentes de instituições que se esmeram para que a sua ação de serviço institucional contribua para evitar o estiolamento do movimento associativo das aldeias, cada vez mais ameaçado por razões conjunturais.
A “sardinhada”, organizada pela direção da nossa “Flor do Alva”, é bem testemunho de uma luta constante dos seus dirigentes na busca de um suporte financeiro, mínimo que seja, para continuar a sustentar a Filarmónica.
Mas, a questão, mais que financeira, apega-se, fundamentalmente, ao número cada vez mais reduzido de filarmónicos que integrem a Banda.
Tudo indicia que, a breve prazo, o número de filarmónicos disponível seja insuficiente para que a Banda Filarmónica se afirme na sua tradicional caracterização.
Ora, esta putativa situação remete-nos para uma pergunta: perspetiva-se, assim, a dissolução da Sociedade Filarmónica Flor do Alva?
É uma probabilidade se acaso dirigentes e associados se conformarem nessa situação. Mas há que considerar que esse possível destino possa ser ultrapassado, desde que se percecione que a Sociedade Filarmónica Flor do Alva tem condições para manter uma atividade musical, ainda que em moldes diferenciados daquilo que é a sua caracterização como formação de Banda Filarmónica.
O know how de que Flor do Alva dispõe, a par de um acervo de instrumentos musicais, com incidência nos sopros e precursão, são alicerces para a consideração de distintos projetos musicais, como, por exemplo, uma miniorquestra ou formações afins a outros paradigmas musicais.
Com uma mudança nos parâmetros referidos, continuará a cumprir-se o principal desígnio da Flor do Alva, ou seja, para além do padrão lúdico, a promoção da educação e da cultura musicais.
Nuno Espinal