Foi apresentado, em estreia, aos vilacovenses, sábado à noite, no Salão da Casa do Povo de Vila Cova, um documentário que, segundo as palavras de Paulo Amaral, tem o propósito de promover o turismo da área da União de Freguesias, assentando as imagens do filme em aspetos da gastronomia e do artesanato.
A produção do documentário tem a assinatura da nossa União de Freguesias, sendo a empresa “CIGA” a responsável pela montagem e realização do documentário.
Em apreciação ao filme, suscita-se-me a seguinte análise:
Sem narrador, o documentário tem na imagem e nos solilóquios dos vários personagens, propositadamente convidados, os instrumentos que conduzem à explanação do conteúdo que é objeto do filme, concretamente, a mostra da gastronomia e do artesanato da região.
Os circunstanciais atores falam de frente para a câmara, numa atitude de “olhos nos olhos” com o espetador, o que lhes confere uma maior proximidade e maior perceção do genuíno.
A qualidade da imagem e a sequência dos vários planos do filme têm um enquadramento sem mácula, havendo, por parte da realização o cuidado de uma adequação ambiental à matéria proposta para o filme.
Contudo, a gastronomia e o artesanato não são, por si só, os elementos mais apelativos ao desenvolvimento turístico da área geográfica da União.
Há motivos essenciais para que o turismo se imponha, ligados ao conforto e à diversão, que terão em residências turísticas e no rio e ribeiros polos chamativos a um turismo de qualidade, desde que pensado numa perspetiva apelativa.
Passeios pedonais a acompanharem ribeiros e outros espaços de interesse, ou junto ao rio, no percurso entre a Ponte e a Redonda, em Vila Cova, pelo interesse que terão, justificam que sejam considerados.
Um restaurante de gastronomia típica da região seria de certo um dos polos mais importantes à implantação turística na área geográfica da região.
Por outro lado a tradição social, religiosa e histórica não pode de modo algum ser descurada, já que em si é de crucial importância na consciência identitária das localidades e da região, sendo, por isso, impulsionadora de uma ação desenvolvimentista por parte das populações.
A religião tem lugar destacado na tradição e devoção dos seus fiéis, com celebrações, em festas anuais, dedicadas a santos padroeiros e santos populares imemoriais ou ainda na Semana Santa, que pode ganhar relevo destacado em Vila Cova, pelo enquadramento dos seus monumentos religiosos e a religiosidade da sua população.
Nas Festas Populares destaca-se a importância das que recentemente foram implantadas nas localidades da União, iniciadas com a “Mostra de Lavores e Sabores” pelo Executivo da Drª. Cidalina Lourenço em Vila Cova, prosseguidas em Casal de S. João com a “Festa das Flores” e implementadas, pelo atual Executivo da União, nos últimos dois anos, em Anceriz, com os “Sabores da Horta” e em Vinhó com o “Festival das Sopas”.
As Instituições merecem ser evocadas em termos da oferta turística na Região, com realce para a Filarmónica Flor do Alva em Vila Cova e o Rancho das Flores em Casal de S. João.
No plano da Cultura, uma palavra para as ações desenvolvidas pela Santa Casa de Misericórdia de Vila Cova, com o lançamento de livros e exposições de pintura e fotografia, para o Museu Etnográfico de Casal de S. João, com a sua mostra de mobiliário e utensílios de princípios do século passado e para o Grupo Cénico "Os Gorgulhos", que tem exibido, com críticas muito elogiosas, peças de teatro no concelho e em muitas localidades do país.
E ponto final nesta panóplia de sugestões acerca do turismo almejado para a nossa região. Sabemos que o documentário apresentado é apenas um começo, pois pela dinâmica que os seus produtores lhe pretendem atribuir será alongado logo que as possibilidades financeiras o permitam.
Os aplausos que se ouviram no Salão da Casa do Povo, após a projeção do filme, são elucidativos quanto agrado que o documentário provocou.
É, pois, de saudar a nossa União de Freguesias pela iniciativa. Parabéns ao Executivo, nomeadamente, ao seu Presidente, Paulo do Amaral, ao seu Secretário, João Gonçalves e ao seu Tesoureiro, José Santos.
Texto: Nuno Espinal
Fotos Guida Simões