Passava cerca de meia hora da meia noite de sábado, quando intérpretes e público presentes na Praça cantavam, em uníssono, a velha “Coimbra é uma lição”. E desde as 9 e meia, quando a “Flor do Alva” iniciou o programa da noite, até que os últimos acordes da mais internacionalizada melodia portuguesa de sempre era cantada na Praça, o público, que em número inusitado encheu o velho Largo do Pelourinho, não arredou pé, preso e encantado com tudo o que no palco acontecia. Noite Mágica, de facto!
A nossa “Flor do Alva”, com um repertório muito eclético, que passeou por passos dobles, músicas popular e ligeira portuguesas, música de ritmo rock, swing e outras mais, antecedeu o “Grupo do Fado ao Centro”, e mostrou-se em grande nível, arrebatando aplausos do público, que, em pé e com emoção, lhe tributou uma ovação prolongada e mais que merecida.
Depois foi o “Fado Cruzado”, um abraço entre o Fado de Coimbra e o de Lisboa, nas vozes, pela Lusa Atenas, do Dr. João Farinha e pela Cidade Capital das fadistas Filipa Biscaia e Inês Brito.
“Momento Mágico”, mesmo em frente da nossa velhinha Igreja da Misericórdia que, no arrebatamento a que as circunstâncias induziram, virou, naquela hora de fascínio, ora Sé Velha em Coimbra ora Igreja de Santo Estevão em Lisboa.
Um apontamento a registar: Filipa Biscaia é neta do Dr. Zé Quim Barbosa, casado com a Drª. Teresa Pinto Mendes. “Passei dias nesta terra que recordo com muita saudade, quando era ainda pequena. E hoje, com a emoção de tornar a esta Vila Cova, já me fartei de chorar…” disse em pleno palco no meio da sua atuação.
Tem uma voz linda e castiça e uma simpatia irradiante. Obrigado pelos sentimentos que nos transmitiu. E obrigado ao “Fado ao Centro” pelo soberbo espetáculo que deixou em Vila Cova.
Já, em final de tudo o que na Praça se foi passando, um “efeerreá”, conduzido pelo nosso Zé Oliveira Alves, e respondido pela Malta presente, com a “cagança” que a emoção da nossa Coimbra provoca, pelas sua tradições, pelo seu sempre afetivo presente.
Mas, a Mostra também teve uma tarde atraente, com atuações variadas a manifestarem o agrado que as nossas músicas populares provocam. O Grupo Melodias do Campo de Santa Ovaia e a Tuna de Cantares de Avô encheram a Praça com os seus cantares e qualidade musical que comprova muita dedicação e ensaio.
A Filarmónica Pomarense também esteve presente e atuou em condições menos propícias face à chuva que caiu durante a sua atuação. Mas, ainda assim, proporcionou um momento de grande agrado.
Por fim o Teatro, a fechar a tarde de atuações. Os “Gorgulhos” a mimetizarem um programa de televisão, o “Got Talent”, a interagirem com o público e a provocarem gargalhadas permanentes do público. A criatividade do Silvino Lopes sempre a surpreender.
Nuno Espinal