Diz um velho provérbio que "só percebemos o valor da água depois que a fonte seca".
Talvez que, mais adaptado à realidade intramuros, possamos dizer: “percebemos melhor a dimensão da seca quando a Fonte de São Sebastião já nem água deita”.
“Coisa nunca vista”, dizem os mais velhos, que sempre se habituaram, mesmo em períodos de secas de verão, a verem o velho chafariz deitar água, mesmo que um reduzido fio fosse.
Só que desta vez secou mesmo e os espaçados pingos que verte são como lágrimas a destacar este momento, menos bom, da sua penúria.
“Que venha chuva e que caia em abundância!” – é o rogo que o bom senso exclama.
E a chuva, que tanto auguramos, há de ressurgir o vigor do velho chafariz, tão benemerente nos tem sido nas funções que à água reclamamos.
Nuno Espinal