Diz um velho provérbio que "só percebemos o valor da água depois que a fonte seca".
Talvez que, mais adaptado à realidade intramuros, possamos dizer: “percebemos melhor a dimensão da seca quando a Fonte de São Sebastião já nem água deita”.
“Coisa nunca vista”, dizem os mais velhos, que sempre se habituaram, mesmo em períodos de secas de verão, a verem o velho chafariz deitar água, mesmo que um reduzido fio fosse.
Só que desta vez secou mesmo e os espaçados pingos que verte são como lágrimas a destacar este momento, menos bom, da sua penúria.
“Que venha chuva e que caia em abundância!” – é o rogo que o bom senso exclama.
E a chuva, que tanto auguramos, há de ressurgir o vigor do velho chafariz, tão benemerente nos tem sido nas funções que à água reclamamos.
Nuno Espinal
Informamos com pesar o falecimento da Srª. Dª. Maria Elisa Ricardo da Fonseca, de 62 anos de idade, natural e residente na Digueifel e utente do Serviço de Apoio Domiciliário da Santa Casa de Misericórdia de Vila Cova de Alva.
O corpo encontra-se em velório na Capela de Nossa Senhora do Rosário, na Digeuifel, e sairá em cortejo fúnebre amanhã, a partir das 14 h 15 m, para a Igreja de Lourosa, onde às 15 h serão celebradas as exéquias fúnebres.
Apresentamos à Família as nossas sentidas condolências.
O atraso de quase uma hora e meia, com que se iniciou a cerimónia da inauguração da zona balnear que serve a população de Vila Cova, marcada para as 6 e meia da tarde de ontem, chegou a ser irritante e incompreensível. Faltava o Presidente do Município de Oliveira do Hospital que, numa reunião em Coimbra, avisou não poder estar na inauguração à hora marcada. E como quem manda pode, houve ordens para que se aguardasse a sua chegada. E quando chegou eram já quase oito da tarde.
Qual a razão da espera? As perguntas, em jeito de crítica, eram formuladas por alguns dos presentes. Mas, com o decorrer da cerimónia as dúvidas iam sendo dissipadas. Os discursos dos dois Presidentes estavam em total sintonia e foram elucidativos. A presença dos dois, Eng. Ricardo Pereira Alves e Professor Alexandrino, era imprescindível. Esta zona balnear será partilhada entre os povos dos dois municípios, principalmente entre as populações de Vila Cova e Digueifel. As palavras ouvidas nos discursos dos dois Presidentes não deixavam margem para dúvidas:
“O Rio Alva só divide as margens. As pontes que se constroem servem para reunir os Povos”.
E aí está mais uma “ponte”, bem caracterizada na denominação desta nova praia fluvial, conforme placa descerrada pelas “autoridades em exercício”: Zona Balnear de Vila Cova de Alva/Digueifel”.
Aparte a titularidade proprietária do espaço, que julgamos ser toda de União de Freguesias de Vila Cova e Anceriz, espaço situado no concelho de Oliveira, a partilha de utilização da praia só pode trazer vantagens para os utentes que dela se queiram servir. O tempo, vaticinamos nós, há de comprová-lo. Que assim seja!
Nuno Espinal
Nos últimos anos tem progressivamente crescido, de agosto para agosto, o potencial atrativo de povoações do concelho.
Vila Cova não foge à regra e reuniu, este ano, muitos visitantes que aumentaram até o número de dias de permanência.
Para tal têm contribuído, no concelho, para além da beleza natural da região, as ofertas de feição turística, os divertimentos e manifestações lúdicas e, ainda que aquém do desejável, a subida de qualidade e quantidade dos serviços de restauração.
Coja tem sido o centro cosmopolita dos meses de verão no concelho e tanto no Parque do Prado como na Praça Dr. Fernando Valle têm acontecido, integrados no certame da “Fava”, diversificados espetáculos, com destaque para o que aconteceu na última segunda feira, com o grupo de Coimbra “os quatro e meia”.
Mas, também em Arganil, aos sábados, têm sido apresentados espetáculos com a presença de artistas de projeção nacional e até internacional, como foi o caso ontem de Salvador Sobral, que encheu a Praça Simões Dias.
Nas redes sociais abundam as fotos e comentários alusivos às presenças de muitos veraneantes no concelho, com uma profusão inaudita de “gostos”.
Que venham os visitantes. Alguns apaixonam-se mesmo pelas belezas naturais da região, a ponto de equacionarem a compra de uma casa. E é bom que isso aconteça. O concelho bem precisa.
Nuno Espinal
Há dias ouvi um comentário de um vilacovense, referindo-se aos muitos visitantes que, neste mês de agosto, se encontram em Vila Cova:
“O que é que cá vêm fazer? Ainda se contribuíssem com dinheiro para as coisas da terra!”
Confesso que fiquei agastado, mesmo que este comentário possa ser secundado por uma insignificante minoria.
De propósito, fui buscar, para este apontamento, fotos que se reportam a 1955, em tempos em que as realizações da terra dependiam das contribuições generosas de vilacovenses residentes e não residentes em Vila Cova.
Foi o caso do cortejo histórico, revivido nestas fotos, que tinha por objetivo a angariação de fundos para arranjo do telhado da Igreja Matriz.
É que a expressão das manifestações coletivas nos dias de hoje, na forma e afetividade com que estas se enformam, tem contornos muito diferentes, apesar da distância temporal, a que se reportam os períodos em registo, ser de pouco mais de sessenta anos.
Em 1955, a ensimesmada população de Vila Cova estava, na sua maioria, ligada à agricultura, de onde lhe provinha os proventos da sua subsistência.
Em relação solidária bem mais coesa e identitária, havia, então, entre os membros da comunidade um sentimento coletivo muito mais imperante, que redundava num vilacovismo muito sentido.
Vilacovismo esse que era com a mesma intensidade, e por vezes em dimensão superior, vivido por os não residentes, (os lisboetas como desacertadamente eram chamados).
Tempos, afinal, em que os vilacovenses sentiam grande orgulho no nome da sua terra.
Mas, os tempos mudaram e mudou o sentimento e a consequente expressão do atual “vilacovismo”.
“Vilacovismo esse que não é já sentido com a mesma intensidade pelos vilacovenses no seu todo, quer sejam residentes ou não residentes.
Mas, apesar de uma menor entrega dos vilacovenses às realizações em prol da sua Vila Cova, as obras vão acontecendo e não em menor número e dispêndio financeiro.
Ora, para que tal aconteça há que realçar as virtudes do “Estado Social”.
E é pelo “Estado Social”, através da via institucional (Autarquia Local, Câmara, e Santa Casa da Misericórdia de Vila Cova), que se compreende o porquê das obras de grande vulto que vão acontecendo e aconteceram nos últimos anos em Vila Cova, nomeadamente, entre outras, a ETAR, a ampliação do edifício do Centro de Dia, a praia fluvial, as obras de requalificação de ruas de Vila Cova e as obras que vão acontecendo nas casas “trigémeas”.
Ora, o Estado Social é maioritariamente consubstanciado, em termos financeiros, pela classe média, nas suas condições profissionais de trabalhadores por conta de outrem.
E os que visitam Vila Cova são parte integrante dessa classe média.
E pagam, e bem, para que tudo o que o Estado Social sustente seja uma realidade.
E pagam, e bem, para que as obras que o “Estado Social” financia em Vila Cova sejam uma realidade.
Nuno Espinal
Hoje às 21h30, “Os Gorgulhos” estarão em São Martinho da Cortiça hoje e amanhã, sexta-feira, às 22h30, em Anceriz, com a peça “Capitão Fragata”.
Hoje em Vila Cova, na Praça, às 21h30, o grupo de teatro “TEIA” (Teatro Experimental de Intervenção de Arganil) levará a cena a sua peça “Ato Cultural”.
Os espetáculos, de ambos os grupos, integram-se na iniciativa levada a cabo pela Autarquia de Arganil “Teatro às Quintas”, que se prolongará até ao final do mês e onde os dois grupos de teatro do nosso concelho tem levado a diversas freguesias as suas ultimas produções, estreadas em Maio. Vamos apoiar a cultura e, já que o teatro vem até nós, vamos ao teatro.
Aos poucos vão chegando vindos de Coimbra, Lisboa, Porto, outras zonas do país e até do estrangeiro.
Vila Cova ganha outra animação e a próxima semana promete ser o pico em número de visitantes.
As “Tílias” animam-se de cavaqueira e colorido e, à noite, o “Escuro” é o fórum consagrado, em especial por os da Malta.
Mas, agora há ainda a novel praia fluvial. Aí são os mais novos que se afirmam em número de presenças, que mais se avoluma com gentes vindas da Digueifel e até Vila Pouca da Beira.
Eis o Verão de 2017 na sua plenitude.
E viva o nosso querido mês de agosto!
Nuno Espinal