Algo que nos seduz na leitura da poesia de Silvino Lopes é o sentimento, que se nos vai colando, de que o poeta escreve o que nós gostaríamos de poder ter escrito. Escrito, sublinhe-se, ao modo sublime da Poesia. Eis, então, a diferença: Silvino Lopes é um Poeta. A poesia emerge-lhe com a naturalidade de quem tem a poesia dentro de si:
«Nas asas do meu sonho me liberto
E ao romper da manhã, quando desperto,
De cada sonho nasce poesia!...»
A poesia de Silvino Lopes, desde sempre adornada no estro que lhe é dom, flui de vivências de um quotidiano, agora amadurecido pela idade.
«Em termos comedidos e discretos
Dei o melhor que tinha nos meus versos,
pus neles os meus sonhos mais discretos,
espalhei-os por diferente “uni…versos!
Falei da paz, da esperança e do amor,
Falei de fome, de tristeza e de dor,
Escrevi palavras belas, outras feias,
Escrevi o que sonhei e o que sentia,
E dei à minha pobre poesia
O sangue que me corre pelas veias!...»
Silvino Lopes lançou o seu último livro «Uni Versos do Sonho» no primeiro dia da Feira do Livro de Arganil e estará presente, com este mesmo livro, na Mostra de Lavores e Sabores a 27 de Maio, em Vila Cova.
De resto, como ele próprio costuma referir, Vila Cova está-lhe nas origens, por via da família paterna, o que lhe confere uma identidade beirã que nunca deixa de evidenciar.
Registe-se ainda que o lançamento do livro teve um introito criado pelo Grupo de Teatro «Os Gorgulhos», composto por Silvino Lopes (filho) e Fernanda Santana e na circunstância integrado por outros atores e figurantes.
A Dra. Paula Dinis, vereadora da Cultura, representou neste ato o Município de Arganil.
Nuno Espinal