A ausência de notícias é demonstrativa da ausência de factos. Claro, factos suscetíveis de notícia. Mas, sem ser facto que surpreenda quem lá longe nos lê, aqui vai uma foto que ilustra o céu em Vila Cova, hoje, por volta das 18 horas. Não, não se trata de nuvens a ameaçar chuva. Antes fosse. Estamos, sim, perante uma espessa camada de fumo, vinda de um incêndio em Águeda e que praticamente ofuscou o sol.
Não negamos que o calor, estendido a todo o país, seja bem acolhido por muitos. Que o digam, por exemplo, os banhistas da nossa praia fluvial. Mas, o calor, quando causa de incêndios florestais, conduz a uma verdadeira calamidade, que há uns dias para cá teima em persistir e continuará em grande atividade, perante as previsões de continuidade do tempo quente.
Muitos são os analistas que propõem soluções para os mitigar. A incidência principal recai na limpeza da floresta, conversa de há muito e que todos nós conhecemos. A questão que se coloca também já é velha: E meios financeiros disponíveis, para um financiamento sem garantias de retorno? A grande maioria dos proprietários de floresta não dispõe de recursos. A circunstância leva-nos a reclamar do Estado uma solução. Uma solução com planos de ordenamento florestal do território e concessão de créditos a proprietários, pagáveis em prazos e condições acessíveis.
Só que, lá para setembro, chegam as chuvas e as preocupações ficam adiadas para a próxima investida, do ano que vem.
Nuno Espinal