O dia de sábado estava perspetivado como o que maior enchente arrastaria ao recinto da Praça. Mas, não foi assim. A Praça estava longe de uma enchente. E tudo devido ao jogo que Portugal disputou com a Croácia.
O apito do árbitro, a dar o jogo por concluído, ocorreu já perto das onze. Depois, as comemorações, as entrevistas, os comentários, tudo junto a prolongar no tempo o apego à televisão. E se os vilacovenses ainda compareceram, de fora quase ninguém manifestou presença.
Mas, o jogo de Portugal não explica tudo. Há que refletir sobre outras questões que poderão ter contribuído para uma outra adesão às festas.
Por um lado, a publicidade que este ano se revelou pouco efusiva, porque restrita ao cartaz, de resto lançado em cima da hora, não explorando outros meios de difusão no concelho.
Por outro, um modelo já repetitivo e algo gasto em termos programáticos, a requerer novos motivos, na base de uma criatividade que vá ao encontro de diferenciados gostos, até pelos estratos etários da população.
Entretanto, uma breve referência aos “palcos” destes dois dias de festa. Os grupos contratados, os “Banda Kappa” e os “CRF”, apresentaram sonoridades muito agradáveis, com repertório apelativo à “bailação”.
A “Flor do Alva”, sexta feira, esteve em bom plano, apesar das dificuldades em reunir os seus músicos, já que se exibiu em dia de trabalho, com a ausência de alguns dos seus habituais executantes.
Uma palavra de apreço ao seu maestro Ricardo Calado. Com todas as dificuldades que hoje se reconhecem na nossa filarmónica, por escassez de executantes, o maestro Ricardo Calado, com o seu empenhamento e grande dedicação consegue, com o elenco disponível, que a Flor do Alva, onde quer que atue, se apresente com dignidade e boa “performance” interpretativa.
Maestro Ricardo Calado que se disponibilizou a pôr em pauta os arranjos instrumentais da marcha popular que juntou o Grupo Etnográfico da Santa Casa e um grupo de músicos da Flor do Alva. O próprio maestro Ricardo Calado ensaiou esta marcha, que foi apresentada no sábado, e que teve letra, de resto muito bem conseguida, de Silvino Lopes.
Está lançado o mote para realizações futuras, que juntarão os dois grupos, a Flor do Alva e o Grupo Etnográfico.
Obviamente que as vocações principais da Flor do Alva e do Grupo Etnográfico em nada serão afetadas, nomeadamente o Grupo Etnográfico com as suas Danças e Cantos de Roda, as quais foram apresentadas no sábado, conforme programação das festas deste “S. João 2016”.
Hoje a festa prossegue com os “Sons e Suadelas” e a “Banda MJ”.
Nuno Espinal