Bem razão teve o Presidente da União das Juntas de Freguesia de Vila Cova e Anseriz, Sr. António Tavares, quando, no seu discurso na inauguração da ETAR de Vila Cova, afirmava aos presentes esta verdade incontestável: “hoje é um dia histórico para Vila Cova!”
Pois é! Só que os Vilacovenses parece não terem percebido a importância desta obra. Presentes neste acontecimento, não mais do que uns dez Vilacovenses e, maioritariamente, não residentes em Vila Cova.
Quando há muitos anos se concretizavam algumas obras, estas eram custeadas, quase sempre, por dinheiros de individualidades com mais posses e por subscrição pública. Com o 25 de Abril de 74 e com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia muito deste procedimento se alterou. Foi consagrado o princípio da solidariedade. A solidariedade entre o povo português, centrada em ações do Estado Português e a solidariedade dos Estados da União Europeia para com Portugal.
É um facto que a “interioridade” não pode e não deve ser descurada num verdadeiro Estado de Direito e que assume a prática da sociabilidade. Mas, o reconhecimento desta verdade implica que a sua assunção seja afirmada por aqueles que dela mais precisam e beneficiam. No mínimo, seria a demonstração de uma atitude cívica. Não foi isto que aconteceu, bem longe disso. É pena!
Falemos, propriamente, da ETAR:
Inaugurada ontem, numa cerimónia simples e de proximidade, com a presença do Presidente da Câmara, do Presidente da Assembleia Municipal, de todos os vereadores, do Presidente das “Águas do Centro de Portuga”, entidade gestora da obra, do Presidente da União das Freguesias de Vila Cova e Anseriz e ainda dos Presidentes das União de Freguesias de Coja e Barril de Alva e da Freguesia de Pomares, e representantes das Instituições de Vila Cova, a ETAR de Vila Cova está preparada para receber efluentes domésticos de 450 habitantes e tratar cerca de 75 metros cúbicos de efluentes líquidos.
Segundo um folheto distribuído pela “Águas do Centro de Portugal”, esta empreitada integra-se num conjunto de mais outras três (São Martinho da Cortiça, Pomares e Barril de Alva), conjunto este que teve um investimento total de 2,8 milhões de euros. É do tipo compacta, com um sistema de gradagem e equalização do efluente, tratamento biológico e espessamento gravítico de lamas em excesso, lamas estas que posteriormente serão enviadas para a ETAR de Alagoa, em Arganil, para desidratação.
Nuno Espinal