Nuno Caetano, filho de vilacovenses, expõe em Coimbra, na “Prisão Académica”, fotografias cuja temática está refletida na expressão com que titula este conjunto plástico, de tocante sensibilidade poética: “Olhares de Coimbra”.
Uma exposição que valerá a pena ser visitada, a avaliar pelo que de Nuno Caetano já conhecemos através do que nos tem mostrado, em fotografia, nas redes sociais.
Sobre Nuno Caetano recolhemos este apontamento, elucidativo sobre aspetos importantes de muito do porquê do seu pulsar e sensibilidade artísticas:
Nasceu em Dezembro de 1974 em Coimbra, Portugal.
Sonhou, cresceu e voltou a sonhar.
Com a infância e memórias familiares enraizadas numa aldeia do concelho de Arganil do distrito de Coimbra, cresceu livre entre a serra e o rio que escondem os seus lugares secretos onde, ainda hoje, se refugia – do “tempo sem tempo” – sempre que precisa fundir-se com a paisagem para respirar.
A luz do dia e a luz do anoitecer, na serra, são únicas: respiram-se e retêm-se na pele e no sentir e fazem com que Nuno regresse aos seus lugares especiais, para além dos momentos a sós com o mar.
O tempo passou e Nuno divide-se entre a cidade e a aldeia, entre os rios e a serra.
Em 1996, em Coimbra, inicia o curso de arquitectura e em Setembro de 2001 inicia o seu percurso profissional
De alma livre, a arquitectura seria o caminho que lhe permitiria continuar a sua expressão artística dando-lhe “asas para voar”.
A plasticidade da arquitectura como arte dava-lhe, então, a liberdade de poder continuar a expressar-se de uma forma livre, criativa, crítica e artística e assim poder embrenhar-se nos meandros da criação da paisagem, ainda que urbana, criando uma ponte de laços afectivos que ligam a paisagem natural à paisagem urbana e a ele próprio.
A arquitectura e o gosto intrínseco pela arte em todas as suas Vertentes levam-no a explorar, entre outras, uma forma única de expressão e de sentir a paisagem e as pessoas: a fotografia.
Desde sempre, presente na vida de Nuno, a fotografia conquistou um lugar especial a partir de 2009 com uma dedicação permanente, especial, íntima. Nascia, assim, uma nova forma de estar e sentir na vida de Nuno.
Para Nuno, a forma de olhar a paisagem pode ser sempre a mesma mas aquilo que vemos e sentimos de cada vez que a olhamos é sempre único e diferente.
A cada olhar, um sentir.
A cada olhar, o registo guardado e – agora – partilhado.
Nuno passou a partilhar o registo das suas imagens com a família e amigos e, actualmente, nas redes sociais.
O diálogo com a cidade de Coimbra, com as cidades de um modo geral, com o rio, com o mar, com a serra, com o olhar disperso de quem passa são momentos de uma relação profunda de sentimentos traduzidos em cada imagem.
Coimbra tem, em si, todos os sentires do mundo. Encerra estórias da História que se sentem no olhar quente das paredes quietas. Cada rua: um sentir, uma cor, um olhar, um estar e querer ficar: uma imagem retida, guardada...Sem dúvida uma influência presente em cada registo de imagem que influencia todo o trabalho fotográfico de Nuno.
A vida de Nuno divide-se entre a família e os amigos, o trabalho e a fotografia e um momento a sós todos os dias. A câmara fotográfica passou a fazer parte de cada dia, de cada passeio, de cada presença, de cada ausência, de cada silêncio, de cada ousadia, de cada olhar, de cada respirar...
Já não há dia sem imagens, não há imagem sem palavras.