Parte I:
Eram cerca das 8 da tarde. Três sardinhas assadas estendidas em broa, caldo verde, bifana e dois copos de tinto, eis o rol bem típico de que me servi. Muito povo presente, gente animada, rosmaninho a arder e a ser saltado e a confraternização com amigos, muitos vindos de fora. A ocasião a proporcionar “selfies”, que se multiplicaram por todo o recinto.
Um apontamento a salientar e de justiça: Para que tudo resultasse a contento lá estavam os mordomos, infatigáveis, sem parança. É com este punhado de jovens e com mais alguma gente que Vila Cova ainda se vai isentando da aparência de um mero lugar de inertes vivos. Louve-se-lhes a atitude.
Parte II:
Às dez e meia surge a música, com afamado conjunto, ao que me badalaram. O peso da minha condição de “cota”, passados que foram alguns dos primeiros acordes, fez-me “pirar de mansinho” (passe este laivo de linguagem modernista, a contradizer a auto definição).
Entretanto, à meia-noite, do varandim de minha casa, vejo o fogo-de-artifício: breves relampejos coloridos nos céus de Vila Cova.
Sim eu sei! À mesma hora, um imponente fogo-de-artifício, de milhares de euros, profusamente transmitido nas televisões, era exibido no Porto.
Mas se me perguntarem, entre um e outro, qual dos fogos mais me atrairá, eu respondo contrariando o que a normal lógica sugere: Antes o do S. João de Vila Cova.
É que os olhos da alma também vêem. Eis pois a razão: muitas histórias de festas de” São João”, muitas recordações.
Nuno Espinal