
Há muito que se não via. Cepo a arder no largo de S. Sebastião (Outeiro).
Passaram mais de vinte anos e, ontem à noite, aí estava ele de novo. O cepo a arder.
A ideia surgiu de um momento para o outro. Conversa aqui, conversa ali, a coisa tomou forma e, após contactados os Presidentes Amaral (Liga de Anceriz) e António Tavares (União de Freguesias) que, entusiasticamente autorizaram a utilização do espaço público, ontem à tarde, alguns “Gorgulhos” puseram mão à obra e deram forma à tradição.
O resto foi festa, música, camaradagem, doces, alegria e uns copitos para aquecer, sempre com moderação – parabéns a todos pelo facto - que a noite estava fria e o “aquecimento interno” era essencial, para além do calor intenso da brasa e satisfação que, do cepo e da alma de todos, emanavam.
À meia-noite, umas chouriças e umas febras aconchegaram ainda mais os (poucos mas rijos) que se deslocaram ao Largo do Outeiro.
Uma noite em que os mais idosos lembraram, com carinho, outros tempos e outras presenças, de familiares e amigos que, curiosamente, ontem pareceram estar presentes no coração e na saudade de todos os que ao calor do cepo viajaram até este novo ano.
Apenas uma nota menos feliz.
Uma única criança esteve presente. Porquê?
Não existem mais na aldeia com aquela idade...
Feliz Ano Novo
Silvino Lopes



