Revestiu-se de impacto, em Vila Cova, o casamento do Dr. Nuno Gomes, diretor técnico da Santa Casa de Misericórdia de Arganil, com a vilacovense de nascimento, Dra. Joana Gomes.

As cerimónias relativas a estas núpcias decorreram ontem, domingo, no complexo da Casa Abranches de Figueiredo, tendo o copo de água sido servido nos claustros do Convento.

Na foto, da esquerda para a direita, estão o Dr. António Oliveira, padrinho da noiva, a Prof. Ondina Coimbra, madrinha do noivo, o Dr. Nuno Gomes (noivo), a Dra. Joana Gomes (noiva), o Prof. José Dias Coimbra, padrinho do noivo, a Dra. Rita Serra, madrinha da noiva e um neto do Prof. Coimbra, familiarmente tratado por “Zé Tó”.  

Nuno Espinal

O calor há-de, por certo, surgir com a regularidade a que Julho e Agosto nos têm habituado. E com o calor surgem os anseios a lugares refrescantes e lúdicos e, naturalmente, somos mentalmente projetados, nos desejos, para as praias, quer as de mar quer as fluviais.

E a eterna polémica, recolhe, na sua usual intermitência, de novo espaço. E a praia fluvial de Vila Cova?

Ora, no ano transato houve um arremedo feliz de praia fluvial, já que, ainda que estruturalmente básico, serviu em pleno para os vilacovenses e veraneantes se consolarem em dias de canícula abrasadora.

Sabemos que o Presidente da Junta tem, como intenção, recriar o espaço que, no ano passado, sempre levou até ao nosso Alva muitos banhistas. Só que, ao que nos foi dito, a última assembleia da União de Freguesias, prevista para sábado, onde o assunto iria ser discutido, não se realizou por falta de quórum.

Lamentável que assim tenha acontecido. As autarquias estão idealizadas para defesa dos interesses dos cidadãos. Quando não funcionam, por culpa dos seus próprios representantes eleitos, pelo povo, por candidaturas voluntárias, há todo o direito a lamentar e censurar atitudes que, no mínimo, são anti cívicas.

Esperemos que rapidamente se concretize a assembleia necessária para que este assunto urgente, e outros, se venham eventualmente a concretizar.

Nuno Espinal     

Terminado o ato litúrgico e já no exterior da Igreja, uma dama comentava com outra que tinha pedido a Cristo pelos seus, “que tivessem muita saúde e sorte. É para os meus, que estão fora, que peço a toda a hora”.

Não longe e com as palavras da dama no ouvido, ouço um homem rude na aparência dizer:  

-Que Deus me ajude a ser uma boa pessoa!

Entre um e outro quão diferente foi a grandeza.

Nuno Espinal

Ponto um: Sou orgulhosamente português;

Ponto dois: Prezo, quanto posso e quanto a racionalidade mo permite, o meu bem-estar;

Ponto três: Conjugando estes dois pontos, resolvi fugir ao jogo de Portugal.

Ponto quatro: E como?

Ponto cinco: No regalo inspirador desta magnífica paisagem que a nossa Vila Cova nos oferece;

Ponto seis: Soube há minutos, sem surpresa, que Portugal está fora.

Ponto sete: É pena, é uma tristeza. Mas reparem: já lá vai, já passou;

Ponto oito: Para meu conforto, a paisagem permanece e é sempre nova.

Ponto nove: E Portugal vai continuar a ser o meu Portugal.

Nuno Espinal

Festa de São João Batista em Vila Cova/1914 em duas partes: Parte religiosa e parte de entretenimento. Até aqui nada que não seja igual ao que sempre tem sido. Só que, se os atos religiosos corresponderam ao que dita a tradição, já as atividades de divertimento ficaram-se por um concerto da Flor do Alva, apresentado durante cerca de uma hora, na Praça.

Vamos a cada uma das partes.

De manhã, cerca das 10 horas, Missa rezada na Capela do Alqueidão, celebrada pelo Sr. Padre Rodolfo Leite, Missa em que participou o agrupamento litúrgico da Flor do Alva. Cerca das onze horas a Procissão, incorporada por vários andores, que pelos seus ornamentos proporcionam sempre um ar festivo, de muita cor. Procissão muito participada, o que é de salientar, atendendo ao facto de ser um dia de trabalho.

Da parte da tarde o concerto da Flor do Alva. Dezanove músicos deram o seu melhor e cumpriram com brilhantismo a apresentação das cerca de dez peças musicais com que se exibiram. Parabéns a todos e ao maestro Calado. O povo presente, não mais que uma meia centena de pessoas, apreciou e sublinhou com muitos aplausos a exibição da Flor do Alva.

E pronto! Anunciadas umas bifanas e uns peixes do rio, umas musiquetas à Quim Barreiros em altifalantes estrategicamente montados e eis consumada a festa ao nosso São João.

“Que tristeza!” - ouvia-se de alguns. “Ai que saudades de outros tempos!” – comentavam alguns dos mais velhos.

Pois é! As coisas mudaram e vão continuar a mudar. Festas, organizadas por mordomos um tanto aleatoriamente nomeados, começa a parecer que já foi chão que deu uvas. Os processos terão de ser outros. Senão, festarolas de São João aos modos de 2014, de resto como já aconteceu em 2012, vão-se repetir cada vez mais.

Daí que haja que repensar e encontrar novos procedimentos.

Nuno Espinal

A propósito de um breve texto que apresentámos sobre “medos antigos”, Silvino Lopes enviou-nos, para publicação, este poema:

Rasteja nas escadas

Avança para mim

Por todas as entradas

Penetra-me na pele

Percorre as minhas veias

Agarra-me nos braços

Amarra-me as ideias

Envolve as minhas pernas

Destrói os movimentos

Traz dúvidas eternas

Desfaz os pensamentos

Aperta devagar

Abraça a solidão

Assusta até matar

Engole o coração

Viola a minha alma

Desfruta do meu ser

Trespassa a minha calma

Obriga-me a sofrer

Comanda-me a vontade

Domina-me em segredo

Confunde-me a verdade

E ri-se do meu medo

E o vento que fustiga

Encolhe-me na cama

E o peso da fadiga

É uma voz que chama

Depois da tempestade

É súbita a bonança

Apenas a saudade

De um quarto de criança.

Silvino Lopes

Nuvens negras e arrefecimento do ar prenunciavam o que veio de facto a acontecer, a partir de cerca das quatro e meia da tarde, durante o período em que o Sr. Padre Rodolfo Leite rezava a Missa comemorativa do Dia de Corpo de Deus: uma chuva copiosa, que desaconselhou a realização da procissão prevista para cerca das dezassete horas.

Celebrou, então, o Sr. Padre Rodolfo, como forma de “preencher dignamente”, conforme palavras suas, o período que devia ser dedicado à Procissão, uma Exposição ao Santíssimo, em que interiorizou os fiéis a que refletissem sobre a relação com os outros, em atos do nosso quotidiano.

Entretanto, durante a celebração da Eucaristia, o Presidente da União das Freguesias, Sr. António Tavares, fez a entrega simbólica de um montante monetário, no valor de mil euros, para ajuda das obras já realizadas e a realizar na Igreja Matriz.

Refira-se que na Missa estavam cerca de oitenta fiéis, número que atesta a religiosidade do povo de Vila Cova, se considerarmos que a sua população atual não ultrapassa os cento e trinta habitantes.

Nuno Espinal