Só hoje dei por uma foto (ao que sei o original é propriedade do Oliveira Alves) que reputo de sensacional. Porque retrata a Flor do Alva nos seus primeiros anos de atividade, senão mesmo no seu primeiro ano, (na foto pareço descortinar em primeiro plano o meu avô Quinzinho) e porque em plano de fundo surge a antiga Capela de São Sebastião no espaço onde hoje está localizado um parque de diversões das crianças, antes recreio da escola primária.
A foto foi publicada no blog dos amigos de Vila Cova pelo próprio Oliveira Alves que deixou uma referência à Capela e ao facto de a zona de recreio da escola ter sido, durante muitos anos apelidada de “Largo da Capela”. Claro, que se entende o porquê.
Já em 2007 o Miradouro se tinha referido à antiga Capela, publicando então uma foto e um texto que entendemos de interesse recuperar. Eis o que conseguimos então pesquisar:
“Por decreto de 20 de Maio de 1928, com o nº 15.528, foi autorizada a venda da então Capela de S. Sebastião, a fim de ser demolida e no mesmo local ser construído um Posto de Socorros.
Contudo, o referido Posto de Socorros acabaria por ser construído em terreno doado pelo Conselheiro Dr. Albino de Figueiredo, na zona do Chafariz de S. Sebastião, tendo ocorrido a sua conclusão em 19 de Maio de 1936 e entregue a sua administração à Santa Casa da Misericórdia.
Pesou como argumento preponderante para esta mudança de local o facto óbvio de não ter muito sentido e ser até pouco aconselhável que o Posto de Socorros ficasse situado em pleno espaço atribuído ao recreio de crianças.
Hoje o edifício do Posto de Socorros já não tem aquela função, continuando na posse da Santa Casa, contudo, de momento sem grande utilização.
Entretanto, nunca esmoreceu a crença e fé de vilacovenses por S. Sebastião, que de resto é testada a anos muito recuados. Com efeito, já em 1598, por bula de 1598 do Papa Clemente VIII, foi instituída em Vila Cova a Irmandade de S. Sebastião, à qual foram concedidas “muitas graças e privilégios”.
E foi em resultado da continuidade desta crença e veneração que um grupo de moradores do Bairro com o nome do próprio Santo, tomou a iniciativa de construir uma nova Capela, a Capela de S. Sebastião, ainda que de diminuta dimensão e em local de não muito confortável acesso.”
Nuno Espinal