Decerto que o dia 1 de Abril potenciou esta notícia, porém ela não é mais do que uma antevisão do que já nos está a tocar à porta. As fusões, que iluminados políticos implementaram sem qualquer espécie de vantagem a não ser a afronta aos que ainda sobrevivem no interior e que outros menos iluminados decidiram levar por diante, serão absolutamente inevitáveis até que em Lisboa se cumpra o desígnio nacional de eliminar o interior do país. Curiosa a chamada de 1ª página de uma recente A Comarca de Arganil acerca da visita do secretário de estado Emídio Guerreiro que, numa fotografia sorridente e com um leve esfregar de mãos, "deixou a certeza de um maior e mais equilibrado apoio aos jovens do interior", porventura no pagamento de uma parte das viagens que os levarão para o litoral... esta gente demagogicamente despudorada continua a fazer dos portugueses do interior parvos! E, gravemente, a ter interlocutores... As nossas bandas sofrem com a falta de meios financeiros para custear a formação de jovens músicos, para lhes dar uma farda que os orgulhe e lhes dê responsabilidade e para lhes fornecer um instrumento musical que lhes abra o horizonte cultural. Ao invés são carregadas de obrigações, incluindo fiscais e receptoras de migalhas a que pomposamente chamam apoios... As nossas bandas sofrem com a sangria demográfica das nossas terras que alguns teimam ignorar. As escolhas são simples: cimento ou cultura? tijolo ou juventude? palavras ou actos? verdade ou mentira? Um abraço à Flor do Alva! Fruto da vontade de homens bons que, por causa de uma certa gente, pode vir a desaparecer. Pena que esta certa gente não siga o mesmo caminho. Quiçá um dia cada nota musical possa valer um voto e aí os teremos, a todos, afinados pelo mesmo diapasão.
Nuno Mata
E pronto! Mais uma mentirola, mais um primeiro de abril quase passado. Claro, não vai haver fusão das filarmónicas. Mas, o futuro caminha para algo parecido ou mesmo igual. As partilhas, os acordos, os funcionamentos em rede serão porventura a única opção de associações, sejam elas de que natureza forem, poderem sobreviver nas regiões e espaços do interior.
Mas para já, tranquilos! A Flor do Alva vai continuar a sua história e, claro, a Filarmónica do Barril de Alva também.
Felicidades para as duas.
Nuno Espinal
A notícia das dificuldades financeiras que atravessa a “Flor do Alva” não foi novidade para alguns, concretamente para os que, ou integrantes dos Órgãos Sociais ou com informação privilegiada, estão ao corrente das “contas” e decorrências da Instituição.
De resto, problemas financeiros e dificuldades de recrutamento de novos músicos estão na ordem do dia em muitas bandas filarmónicas do concelho.
Por essa razão, e de modo a manter um dos alicerces culturais mais importantes e com raízes de dezenas da anos na região, alguns Vilacovenses e Barrilenses decidiram avançar com uma proposta no sentido de salvar a continuidade da atividade filarmónica nas suas localidades, proposta esta que perspetiva a fusão das duas Bandas Filarmónicas de Vila Cova e Barril.
A proposta vai ser entregue aos respetivos Presidentes de Mesa das Assembleias Gerais das duas Associações, que vão publicitar as convocatórias de Assembleia Geral para o mesmo dia e hora, onde constará como ponto único da Ordem de Trabalhos o debate e a votação no sentido desta fusão poder ser concretizada.
Os termos em que esta proposta de fusão assenta ainda não foi tornado público, sendo só do conhecimento dos proponentes.
Os dois principais subscritores Vilacovenses da proposta são José Manuel Santos e José Raimundo.
Nuno Espinal