Texto de uma carta enviada e já publicada no Diário de Notícias de 20 de Abril:
Pretendo, no essencial, com esta carta, chegar a quem de direito na intenção de ser ainda possível, um valimento em prol de um monumento situado numa aldeia do Concelho de Arganil, distrito de Coimbra, de nome Vila Cova de Alva.
Refiro-me à Igreja do Convento de Santo António, um templo construído em inícios do século XVIII e que se encontra em estado de contínua degradação.
O telhado carece de uma intervenção urgente. Como de intervenção carecem os altares as talhas em madeira, o coro, com os seus magníficos cadeirões, o órgão de tubos, peça rara no concelho.
Na sacristia o espetáculo é deprimente. Excrementos de morcego fazem montículos que se espalham pelo chão e aparadores. Os painéis e frescos, de muito valor da sacristia, estão sujeitos à degradação corrosiva daqueles excrementos.
Entretanto, a própria escadaria desta igreja, constituída por vários lanços e patamares, exibia, até há pouco tempo, um admirável quadro arquitetónico e estético, em especial pela sua apresentação em pedra de xisto.
Incompreensivelmente, na sequência de um trabalho tido como de requalificação, o xisto foi coberto por uma mistura de argamassa e pintado em tom bege. Inexplicável esta ação e mais inexplicável ainda quando, passados alguns meses após esta lastimável obra, a tinta e a argamassa se estão a descolar, dando à escadaria um aspeto de desleixo e desolador.
Fica o apelo para que as autoridades competentes intervenham, a ponto de evitar a ruína do templo e corrigir o aspeto vergonhoso em que se encontra a escadaria.
Nuno Espinal