
Ontem, Domingo, um enorme aparato, na grande extensão da Praça de acesso ao edifício requalificado da ex-Cerâmica de Arganil, marcou as cerimónias que abrem à atividade as novas instalações de que o Concelho dispõe, em termos de ofertas culturais, desportivas e sociais.
Aparato marcado pela presença de centenas de munícipes, muitos grupos folclóricos, muitas bandas do concelho e ainda as fanfarras de bombeiros de Arganil e Coja.
Tudo preparado para a chegada do Sr. Ministro, anunciada de resto no folheto que convidava a povoação à presença no acontecimento.
Não veio o Sr. Ministro, Doutor Miguel Macedo, à última hora requisitado para um Conselho de Ministros extraordinário, tendo sido substituído para a cerimónia por um Secretário de Estado do seu ministério.
Chegado o Sr. Secretário de Estado Adjunto, Sr. Engenheiro Juvenal Silva Peneda, recebido pelo Presidente da Câmara, Engenheiro Ricardo Pereira Alves, houve toque de sentido por um corneteiro da fanfarra, o que constitui uma novidade em receção prestada a um Secretário de Estado.
Logo a seguir, um agrupamento constituído por várias bandas do Concelho tocou o Hino da Maria da Fonte, o que não deixou de provocar uma certa perplexidade, dado este hino estar associado e simbolizar um incitamento à rebelião popular. Nos tempos que correm não deixou de provocar um certo "frisson".
Mas, diga-se em abono da verdade, que as centenas de populares presentes na cerimónia tiveram um comportamento apologista do acontecimento, tendo tudo decorrido sem qualquer sobressalto.
Houve depois os habituais atos destas inaugurações, com liturgia de bênção e discursos pelos Secretário de Estado e Presidente da Câmara. Por fim visita às instalações que, numa primeira observação, revelam bom gosto e boa conceção arquitetónica.
Brevemente faremos uma visita mais detalhada às instalações, a fim de mostrarmos fotos aos nossos leitores.
Um senão a apontar, que de resto parece ser uma pecha incorrigível em muitas atos públicos do Concelho. A aparelhagem sonora apenas alcançava um raio limitado impedindo muitos populares de perceberem o que foi dito no ato litúrgico e nos discursos proferidos.
De resto, uma cerimónia sem “glamoures”, que seriam ofensivos dos momentos que passamos, o que é de saudar.
Nuno Espinal