Precariedades económicas e, em determinados períodos, motivos de ordem política, têm sido as razões prevalecentes, ao longo dos anos, da emigração portuguesa.
Até aos anos 50 do século XX, a emigração foi predominantemente intercontinental, tendo o Brasil captado o maior fluxo de portugueses, ainda que os Estados Unidos e o Canadá, em período posterior, em especial a partir dos anos 20, tenham também cativado um número considerável de concidadãos nossos, em busca de melhores condições de vida.
Da freguesia de Vila Cova alguns foram os que debandaram, ainda que temporariamente, para terras estadunidenses.
A partir dos anos 50, a Europa, em especial a França, passou a ser o destino de muitos portugueses na procura de trabalho e melhores condições de sobrevivência, quase sempre por vias clandestinas.
Curiosamente, a emigração de Vila Cova tem sido maioritariamente interna, ainda que tenha algum significado a ocorrida para África, nomeadamente e primeiro para Moçambique, depois para a África do Sul e atualmente, ainda que temporariamente, e em número muito reduzido, para Angola.
Entretanto, a nível nacional, na década de 90, regista-se um novo aumento da nossa emigração para uma diversificação dos destinos, havendo vilacovenses que escolheram, recentemente, a Suíça como local de destino.
No ato de emigrar, a partida é sempre uma tragédia pela separação da família, do país e pela incógnita quanto ao futuro.
A crise em que vivemos fala mais alto e tem obrigado muitos dos jovens portugueses a não terem outra alternativa senão emigrar.
Num estilo trágico/cómico, glosando o anterior emblema crítico do regime de Salazar, contido na frase “Deus, Pátria e Família”, nos tempos que correm é frequente dizer-se, e em acinte à política dos últimos anos, “Adeus Pátria e Família”.
Significativo!
Nuno Espinal
Gravura (retirada da Internet): Emigrante dos anos 60/emigrante atual.