Há imagens que nos evocam um tempo. Tempo de castanhas, tempo de Novembro.
Um tempo de um amanhã que não tarda.
Hoje olho o castanheiro e já lhe desejo as castanhas. Como que a apressar o futuro, como que a rejeitar o presente.
Estúpido paradoxo.
A cada momento evoco saudosamente o passado.
E antecipando o prazer de um futuro que festivamente imagino sei que este presente será passado.
Vou-lhe, fatalmente sentir a falta.
A falta que sentirei deste tempo que nunca mais voltará.
Eis-me no dilema: sentir saudades do passado e (dixit Pessoa), saudades do futuro.
Nuno Espinal