Dizia o filósofo alemão Schopenhauer que “os desejos são ilimitados, as suas reivindicações inesgotáveis e cada desejo satisfeito dá origem a um novo. Não há satisfação no mundo que sacie tal ânsia, que estabeleça um objetivo derradeiro para as suas exigências e que preencha o poço sem fundo do seu coração.”
Não partilho este radicalismo tão sombrio e deprimente quanto o filósofo. Mas, também caio no enfado perante a saciedade de um desejo. Ponho-me assim ao alto e evito, quando posso, a saturação.
Eis-me em Coimbra. Depois retorno a Vila Cova. Entre os privilégios da civilização e os privilégios da natureza. Coimbra e Vila Cova, cidade e aldeia. E nesta alternância amo cada vez mais as duas.
Nuno Espinal