Cerca das 14 horas de hoje (Sábado), Vila Cova foi alvoroçada por várias sirenes que, num discernimento normal, palpitavam carros de bombeiros a caminho de um incêndio nas redondezas. Mas, os que se encontravam na estrada, ainda que surpreendidos, perceberam desde logo o que se passava. Tratava-se da passagem de ciclistas da segunda etapa do Grande Prémio Efapel/Glassdrive.
Esta prova é constituída por três etapas num total de 311,5 km e está inserida no calendário nacional. Disputa-se na zona centro do país, tocando municípios como Coimbra, Condeixa, Lousã, Miranda do Corvo, Castanheira de Pêra, Arganil e Góis. As mais lindas montanhas da zona serão percorridas pelos ciclistas, destacando-se a passagem pelo Piódão, precisamente na etapa de hoje. Nesta junção de colorido das bicicletas com a beleza da natureza, pretende-se proporcionar a todos os visitantes (ciclistas, staff, familiares, comissários, jornalistas, adeptos), segundo os organizadores, uma prova única, que perdurará na recordação de cada um.
Esta prova, que antecede a Volta a Portugal em Bicicleta, termina amanhã, Domingo, com um contrarrelógio individual de 12,7 quilómetros, entre Serpins e a Lousã.
Nuno Espinal
Foto: José Artur Leitão
São os mais velhos que asseveram: O clima tem mudado, perdeu-se a regularidade.
Para uns são desígnios de Deus, é a sua vontade a prevalecer. Outros, exclusivistas da ciência, apontam o dedo ao malefício humano, nos seus maus usos para com a Natureza.
Perfilho-me nesta última tese, ainda que com a crença de que as energias limpas acabarão por prevalecer.
Digo isto porque acredito no Homem, no seu sentido inato de sobrevivência e porque a Ciência, inevitavelmente, haverá de reverter, na sua melhor intenção, os seus saberes e resultados no sentido da Vida.
Mas, amigos, surge aqui um problema. A Ciência avança com uma com uma velocidade, no seu produzir, impressionante. Nascem, a quase cada segundo, artefactos, caracterizados de potencialidades que nos tornam cada vez mais poderosos, mais senhores do mundo.
Ou, então, talvez seja mais correto, menos senhores do Mundo.
Um dia destes, um destes artefactos, com a maior das naturalidades, pode ir parar às mãos de um qualquer louco.
E Bum!...
Nem vale a pena dizer mais nada.
Nuno Espinal
Trovões tremendos, na profundeza da noite, a fazerem tremer o casario. E lá me vêm as inevitáveis imagens de vivências, aqui, na Vila Cova d’outros tempos, era então criança.
Ui, que medo das trovoadas! Em especial as mulheres, transidas de medo, rezas variadas e estranhas, tão diferentes do costumeiro rol de orações.
Santa Bárbara bendita,
Que nos Céus estais escrita,
Com pena e água benta
Livrai-nos desta tormenta.
Nos dias de hoje, já não apuro esses medos. Tudo mais racional, os informes estatísticos são tranquilizadores sobre as muito ínfimas possibilidades de um raio nos flagelar.
Trovoada dissipada, e eis a manhã, linda, de céu azul, a fazer jus a um dia de Verão.
Lá ao fundo, na estrada uma moto quatro em escape livre. Que barrulheira medonha e irritante. E aqui não há Santa que nos valha!
Nuno Espinal
É sempre com enorme prazer que revejo amigos da juventude passada em Vila Cova do Alva e grande parte das vezes através de escritos por eles publicados e informações que vou recebendo de terceiros. E então quando se conciliam as presenças e nos abraçamos afectuosamente, sentimos, digo eu, que parece que foi ontem que deixámos de nos ver. Apesar de os reencontros serem igualmente de uma voracidade implacável, esta presença que o Miradouro nos proporciona, preenche a lacuna do espaço temporal que medeia entre as nossas vivências anuais em Vila Cova. Que, espero fervorosamente, se prolonguem por muitos e bons anos. Entretanto, apareçamos de vez em quando no Miradouro. Matamos igualmente saudades ajudando, com a nossa contribuição, que este espaço continue a dar-nos boas e novas desta aldeia beirã que tanto significa para nós. Até porque, de tantas e tantas peripécias vividas, não só entre nós, mas igualmente com todos aqueles que, mais velhos ou mais novos, nos ajudaram a preencher esses dias de intensa magia, muito há para contar. Venham as histórias. A recordação desses tempos vividos faz-nos bem à alma. E, nos tempos que se vão vivendo, se não passarmos a mensagem dos valores que nos formaram, pouco restará aos nossos filhos, das nossas memórias, que valha a pena recordar. Venham daí essas narrações e quando há que criticar que se critique.Vale a pena lutar por Vila Cova.
Um abraço a todos.
Quim Espiñal
Dizia alguém com certa graça: São bancos a mais p’rós cus disponíveis. Mas antes a mais do que a menos. E muitos serão, por certo, os que os hão-de aproveitar, seja nas tílias, na Praça ou no Adro. E há também as papeleiras. Que não foram colocadas como peças decorativas. Vamos aguardar para testar a educação cívica de alguns vilacovenses.
NE
Foto de meados dos anos sessenta. De pé: Maria Augusta Vicente (Barril de Alva, filha do Sr. Abílio Vicente) uma amiga, Elsa e irmão e Nuno Espinal. Sentados: Manuel António Fonseca, "Popey" e Carlos Lisboa.
O Alva oferecia-nos, com os seus recursos naturais, momentos de grande diversão, com águas límpidas e caudal estável. Lavava-se roupa no rio e na zona do salgueiral apanhavam-se enguias.
Ocorre hoje o aniversário (70 anos de idade) do Sr. Carlos Mendes de Oliveira. Os nossos muito festivos Parabéns
Cai a noite.
A estrada e a pacatez!
Mas,
Pequenos grupos passeiam-se e sombreiam pinceladas de esmaecidas aguarelas.
Usos de Verão
E Agosto já nem tarda.
Depois tudo será como dantes.
A estrada e a pacatez…
Nuno Espinal