Havia uma relação dos vilacovenses com o Alva, que ao longo dos últimos anos se foi desvanecendo. Questões de ordem económica e social influíram nessa perda.
Longe vão os tempos em que as mulheres usufruíam das águas do rio para a lavagem de roupa. Ou, nos dias de estio, magotes de veraneantes aproveitavam a piscina natural do salgueiral para refrescantes banhos. Ou famílias ou grupos de amigos estendiam toalhas e farnel para piqueniques nas margens do rio. E as passeatas de barco? E as pescarias? Tudo se foi perdendo nesta relação com o rio.
Claro, há razões várias que têm influído e onde colhemos explicações. Mas a principal é a perda de qualidade das águas. A mini-hídrica surge à cabeça como a principal causa.
Em termos de compatibilização, os ganhos económicos (privados) justificam as perdas sociais e ambientais?
Para o capital privado a resposta será sempre sim. Para o interesse público a resposta será não.
O Alva, esse, já não é o mesmo. Lá em baixo já não são as mesmas as águas do velho rio…
Texto: Nuno Espinal
Fotos: Arquivo de Antero Madeira