Mais um fulgente dia de Sol, que bem poderia ser acolhido com louvores primaveris, não fosse a persistência da seca que desespera em queixumes os que à lavoura acorrem e dela ainda se socorrem.
Percorro, só, um velho caminho e o seco matagal que o margina alia-se ao estaladiço das passadas que estilhaçam inertes folhas caídas.
Do Alentejo sei que, aqui e ali, junta-se o povo em novenas e preces à vinda de chuva.
Não sou afeito a rezas, confesso. Mas, por impulso solidário, dou por mim, pervertendo as palavras de uma velha cantilena, olhos perdidos lá longe, muito longe, a pedir, sei lá a quem, que “faça chuva e sol não”.
Nuno Espinal