Esta coisa das marcas está na moda. E pegou rijo com o nome de instituições e de pessoas. Pois é! Até o nome de cada um de nós pode ser uma marca. Umas marcas com mais, outras com menos e outras com quase nenhum protagonismo, que é como quem diz “meritocracia” no currículo. Por isso não admira que nomes mediáticos sejam considerados como potenciadores de marcas reconhecidas. Foi por isso que aqui há uns anos apareceu a marca “Benfica” no vinho. E até a marca “Porto” fazendo honras ao universo futebolês. Diga-se, contudo, que foram marcas de duas grandes zurrapas. O que para mim até é coerente. Vinho de má qualidade em sintonia com a qualidade besta de grande parte daquela massa desordeira e arruaceira das claques destes dois. Aparto amigos, e que são muitos, adeptos dos ditos que me merecem consideração e respeito.
Até aqui tudo bem. Mas vinho com a marca “Salazar” em homenagem ao defunto ditador é coisa que não lembra ao diabo. Porque aqui a alternativa é só uma. Em homenagem às virtudes, ainda que avessas, do personagem o vinho terá de ter qualidade. Ou melhor. O veneno terá de ter qualidade. Porque é a veneno que me vai saber. Dele não beberei. Nunca!
Nuno Espinal