Surgiu há dias no “facebook” uma página que se intitula, já depois de alterado o nome inicial, “Grupo de Vila Cova de Alva”. Em boa hora esta página surgiu. Como em boa hora o seu inicial nome foi alterado, pois “Amigos de Vila Cova” para além de ser potencialmente restrito no número de adesões coerentes com a definição semântica do título da página, iria, porventura, provocar ditos jocosos e maledicentes, nada coincidentes com a ideia e espírito que presidiram à criação, desta página.
“Amigos de Vila Cova? Mas o que é que essa gente faz por Vila Cova para serem amigos de Vila Cova?”
Há sempre gente, ainda que felizmente minotitária, para este tipo de comentários desbocados e maldosos. Sei do que falo.
E ponto final neste assunto.
Vamos então à página, que merece os maiores aplausos, dirigidos especialmente ao seu principal, senão único, autor: O José Artur Leitão.
A página pretende ser, e se não era essa a intenção é nisso que se está a afirmar, um instrumento de conversação de amigos e conhecidos (e até desconhecidos) que entre si se ligam por um vínculo: a sua envolvência, se bem que uns mais, outros menos, outros quase nada ou muito pouco, com Vila Cova.
Diz-se que as conversas são como as cerejas. E no que pudemos observar nestes ainda reduzidos dias da existência desta página, várias têm sido as temáticas, espontaneamente surgidas, quase todas a envolverem Vila Cova, principalmente a sua história recente, com relatos de muitos factos e momentos, uns tratados em tom mais sério, outros pejadinhos de muito bom e saudável humor.
Vale a pena ir à página. Eu, repito o que nela já escrevi, “vou ser fã”.
Parabéns caro José Artur Leitão.
Nuno Espinal
Cada um acha prazer onde o encontra. E porque assim é, no Centro de Dia, um grupo, mais folião, optou por ir até Coja gozar o Carnaval das IPSS(s) do Alto Concelho, enquanto outro grupo, à evidência mais pacato, se decidiu por, tranquilamente, ficar aos abrigos do frio, nos calores de uma crepitante lareira, enquanto saboreava um bom chá com deliciosos bolos lêvedos.
Fotos: Andreia Tavares
Eis o Carnaval. Que o goze quem o quiser gozar e vontade tiver. Vontade que, por certo, não faltará à criançada. Hoje, em Coja, as crianças lá desfilaram, numa organização das suas escolas, com os trajos e caracterizações possíveis, animadas e brincalhonas, a merecerem rasgados sorrisos de pais, amigos e de quem teve oportunidade de assistir a este enternecedor cortejo carnavalesco.
Dos meninos de Vila Cova, captámos as mascaradas do Mauro, Joana, Duarte, Zé Pereira e Tiago.
Fotos: Lígia Fernandes
Durante alguns anos procurei um mapa das estradas de Portugal que referisse Vila Cova do Alva.
Missão sem êxito.
Vem isto a propósito das obras de requalificação desta nossa linda Aldeia de Xisto.
E já por várias vezes estive para vir à estampa do Miradouro para levantar este debate, uma vez que, estando Vila Cova integrada no roteiro das Aldeias de Xisto, se impunha que se remediasse tão lamentável lacuna.
Mas eis que, ao folhear um mapa das estradas à venda numa grande superfície, vislumbrei que Vila Cova lá constava.
E, oh alegria das alegrias, apressei-me a comparar tão precioso documento, apesar dos inúmeros mapas que possuo, porque, ainda à moda antiga, gosto de relançar os olhos por esses auxiliares de viagens, já que com GPS's tenho uma má relação.
E, fazendo justiça a tão precioso achado, referirei que o autor deste tão importante achado é o Mapa de Estradas de Portugal da MICHELIN.
Estou mais realizado.
Um abraço do Quim Espiñal
Na tarde que se esvai…
Ainda badalam místicas as ave-marias.
Pagãs na forma, religiosas no fervor da saudade.
E nas contas deste meu (tão só meu) rosário,
Um a um rostos de outrora.
Meu avô, minha avó e muitos, muitos mais.
E por eles rezo ave-marias de saudade.
Nuno Espinal
Exibição do Vilacovense ao seu melhor nível, com destaque na primeira parte em que alardeou, a espaços, um futebol que se pode reportar de luxo, com a transição defesa linha média e ataque a funcionar na perfeição.
O resultado até poderia ser mais volumoso, logo no primeiro tempo, não fossem falhas clamorosas do fiscal de linha do lado das cabines, a cortar jogadas de golo ao Vilacovense por pretensos foras de jogo que, de facto, nunca existiram. Contámos nada mais que cinco, admitindo que desses um tenha sido bem assinalado.
Dureza excessiva de um ou outro jogador do Lourosa, a perigar a integridade física de jogadores do Vilacovense.
Mais uma grande exibição de Paulo Ribeiro, marcador de três golos do Vilacovense, a demonstrar grande subtileza nas desmarcações e assistências.
Destaque ainda para o terceiro golo do Vilacovense, marcado por Luís Quaresma, com um chapéu bem desenhado que retirou qualquer hipótese de defesa ao guardião do Lourosa.
Constituição da equipa:
Guarda-Redes: Adriano Silva (Rui Lourenço aos 80 minutos);
Defesas: Fábio Leitão (Marco Oliveira aos 40 minutos), António Cruz (capitão); Wilson Saraiva; João;
Médios: Sérgio Gaspar, Bruno Carvalho, Filipe Tavares (Hugo Costa aos 75 minutos), Paulo Ribeiro;
Avançados: Luís Quaresma (Bruno Santos aos 65 minutos) e António Pereira (Eduardo Gírio aos 55 minutos).
Treinador: Rui Mota
Massagista: Fernando Figueiredo; Delegado: José Santos
O Vilacovense torna a jogar em Vila Cova dia 26 de fevereiro contra a equipa do S. Gião.
Nuno Espinal/Fábio Leitão
O Henrique Gabriel, em comentário ao “post” do Miradouro sobre o desaparecimento das relíquias dos Santos Mártires Abdon e Senen, refere com toda a argúcia:
“Seria interessante saber quando foram vistas pela ultima vez...Não nos esqueçamos que uma das práticas dos franceses durante as invasões foi a pilhagem das igrejas com destruição de estatuaria e reliquias! ...e eles "andarem" por lá!”
De facto, aquando da terceira invasão francesa e já com os franceses em fuga, Vila Cova foi selvaticamente agredida pelo exército inimigo, conforme se pode apreender de apontamento que publicamos, o qual existe documentalmente no Arquivo Distrital da Universidade de Coimbra
“Decorria o dia “15 de Março de 1811”, pela tardinha, quando irromperam os franceses, vindos do Barril, pela Vila. Chegando a ser 3000 homens, acamparam nas vizinhanças da Vila, até ao dia 19 de Março, na expectativa da aproximação do exército português, de que andavam em fuga.
Enquanto cá se mantiveram os franceses quebraram, arrombaram, foram ás adegas e tulhas que automaticamente despejaram; saquearam casas e incendiaram-nas. Foram queimadas 11 casas. Roubaram milho, vinho, azeite e trigo; e da Igreja Matriz fizeram celeiro onde juntavam tudo que tinham saqueado, até as cortinas das igrejas utilizaram para as camas.
Roubaram frontais, rasgaram cortinas, véus, queimaram bancos, arcas, estantes e varas do palio, rasgaram os missais, quebraram duas cruzes do altar e roubaram também as imagens.”
Na casa da Misericórdia quebraram 3 pedras de “aras”, roubaram 3 Albos, cordões, duas estolas de Damasco e muitas outras coisas.
No Convento de Sto. António levaram vinho, milho, carne de porco e quebraram a louça. A Sacristia foi toda saqueada e levaram o Santo Lenho, muitas mais relíquias e várias imagens.
Mataram nesta freguesia 15 pessoas utilizando os processos mais cruéis nos assassinatos que perpetraram.”
O texto refere, de facto, “saque de relíquias”. Mas, pela importância que revestiam as relíquias dos Santos Abdon e Senen, se estas tivessem sido furtadas pelos franceses o texto, estamos em crer, teria destacado o seu roubo.
Claro, estamos em mera especulação e daí, por mais possibilidades que possamos considerar, a única evidência atual é a do mistério, que infelizmente teimará em persistir, do desaparecimento das relíquias.
Por isso repetimos a pergunta anteriormente lançada no Miradouro:
Será que alguém nos poderá sugerir um qualquer indício, que leva à possibilidade de podermos alimentar a esperança de este enigma ser desvendado?
Nuno Espinal
Já em tempos abordámos aqui, no Miradouro, o grande mistério do desaparecimento das relíquias dos Santos Mártires Abdon e Senen, que foram legadas por testamento a Vila Cova pelo Dr. Francisco de Campos, um filho da terra, que foi desembargador do Arcebispo D. Jorge de Almeida.
No documento de testamento pode ler-se:
“/…/as quais relíquias deixo a villa de Villa Cova minha pátria no bispado de Coimbra por especial devossam q. tem aos ditos sanctos e com ellas lhe deixo sem cruzados para se lhe fazer hu sacrario para ellas e se festejar seu recebimento./…/”
As relíquias, que mereceram “decreto de aprovação” e foram reconhecidas como autênticas por documento papal, deveriam estar na possa da “Igreja”, em Vila Cova.
Só que do seu sumiço não sobram, pelo menos que haja conhecimento, quaisquer pistas, pelo que parece ser pouco provável a sua recuperação.
É ao saudoso Padre Januário que devemos a pesquisa documental sobre estas relíquias, das quais Vila Cova deveria ser titular.
É pena o seu desaparecimento, face à dimensão que o nome destes santos assume em todo o mundo, sendo padroeiros de várias congregações religiosas.
Será que alguém nos poderá sugerir um qualquer indício, que leva à possibilidade de podermos alimentar a esperança de este enigma ser desvendado?
Nuno Espinal