Um calor antecipado fez explodir, já lá vão uns dias, o amarelo em flor das giestas. Chamam-lhe as ”maias”, correlacionando-as com o mês em que é tradicional a ocorrência da sua coloração. Os que cá estiveram na Páscoa ainda as puderam apreciar, ao emprestarem às paisagens, que povoam a região, um esfusiante amarelo vivo, agora a converter-se em amarelo tostado, na sua fase de já declínio. Eis a natureza e o seu ciclo da Primavera, transbordante de cor, de vida e do evoluir da vida.
Por isso amigos, vos afirmo com convicção. Vila Cova vale mesmo a pena! Vila Cova, as suas paisagens circundantes, toda a natureza que a envolve. Estes dias têm sido de uma beleza que deslumbra.
Pois! dizia alguém. Nestes tempos de crise Vila Cova e a região até são capazes de valer a pena como recurso. Á falta de melhor…
Alienado de merda, foi o que me apeteceu chamar-lhe. Que se chafurde em praias de águas malcheirosas, de areias fétidas e no alvoroço dos ditos ambientes cosmopolitas, onde se pavoneia a piroseira do tão “portuga jetset”.
E em remate fico-me no supremo dizer de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa):
Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Nuno Espinal