As noites amenas teimam em prolongar passeatas nocturnas a uns tantos que, a meio do seus vai e vem, se quedam no Miradouro, ao Entroncamento, onde se deliciam no deslumbramento da espectacular vista que se alcança, em especial nestas noites de Lua Cheia e no aprazimento da aragem fresca e reconfortante.
Aí promovem tertúlias em que tudo se conversa, as mais das vezes sobre as próprias recordações de tempos da juvenilidade vivida em Vila Cova.
Outros eram os tempos, recriados, nessas “conversetas”, por uma saudade que enleva e que arrasta ao sonho.
Mas sinais há que logo chamam à realidade.
Ao longe, na Digueifel e, já mais perto, no novíssimo Bairro das Carrizes, luzes muitas luzes onde antes era escuridão.
Na estrada, quase imune a carros nesses velhos tempos, jovens deslocam-se em viaturas conduzidas a velocidade exagerada, altas-fidelidades de possantes decibéis, a martelarem pancadas constantes, com o estridente ritmo que já ao longe se destaca do tum, tum, tum, tum, tum…
Nuno Espinal