Todos o conhecemos pelas suas mentirolas e gabarolices. Desta vez veio-nos com uma história passada em praia dos arredores de Lisboa. Estava sozinho, sentado na areia a saborear o sol.
Tempo depois, um corpo escultural de mulher prendeu-lhe o olhar. Também ela sozinha, linda, reconheceu-a. Uma artista das telenovelas, uns saborosos trinta e tal anos de perfeição, o nome não disse, “n’oblesse oblige”.
Um primeiro olhar trocado, não mais que casual. Mas, depois… nova troca de olhares, e mais olhares, cuidado isto promete!
Foram os dois à água, um mergulho. Ela primeiro, ele logo atrás, códigos mentais já a funcionarem.
Troca de palavras, primeiro tímidas, eu sou este, eu sou esta, já te conheço da TV, depois toques de mãos, mais palavras e um primeiro beijo.
Tornaram às toalhas, juntaram-nas. Química, muita química, o sol a aquecer, a libido já ao rubro, os corpos já em desejo.
Não suportaram mais. Tinha que ser, homem e mulher não são de gesso. Foram até sítio escondido, por entre umas rochas. Ali, meu deus, aquilo foi divinal. Indescritível! De ficar sem fôlego. Hercúleo mesmo. De tal maneira que, de tanta paixão, ele esfolou uma das pernas de tanto roçar no lençol…
No lençol? Pergunta um de nós. Então não estavas nas rochas?
Todos à galhofa, ele ficou atrapalhado. A descrição imaginativa tinha-o traído. Gaguejou um pouco, andou para ali às aranhas, até que arranjou uma saída e disse:
Então?... No lençol de banho…
Nuno Espinal