publicado por Miradouro de Vila Cova | Quinta-feira, 30 Setembro , 2010, 23:56

Segundo o que o "Miradouro" pôde apurar, o candidato à Presidência da República, Dr. Fernando Nobre, visitará, a 16 de Outubro, os concelhos de Oliveira do Hospital e de Arganil.

Está prevista, em Arganil, às 15h 30m, uma visita à Santa Casa de Misericórdia, sendo de admitir que o candidato faça, cerca das 14h 30m, uma paragem em Vila Cova. 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 29 Setembro , 2010, 23:35

Mais dois aniversariantes no Centro de Dia.

A Dª Genésia Gaspar, que hoje, dia 29, fez 82 anos e o Sr. Luís Coelho Batista, conhecido por Manjerico, que também hoje faz 73 anos.

Parabéns aos dois.



publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 29 Setembro , 2010, 18:58

A vozearia da pequenada atraiu-me a um recinto de apetrechos próprios para a brincadeira. Baloiços, escorregas, trampolins e outros eram alegremente procurados, numa agitação e frenesim, que me fixavam um continuado sorriso de enlevo.

 

Entretanto, num banco do jardim, uma septuagenária, de vestimenta e adornos a sugerirem gente de posses, motivava uma neta, de uns cinco a seis anos, a não desperdiçar pitada do lanche, que uma serviçal, de pé, amparava.

 

De súbito, vinda não sei donde, uma outra garotita, a aparentar a mesma idade, vestidito pobre e ar faminto, com uma côdea de aspecto rijo na mão, fixou-se, olhos justificados de avidez, nas iguarias expostas. Absorta, deixou cair o calhau de pão, sem que esboçasse um gesto, o que se compreende, para o apanhar.

 

Acto imediato, a septuagenária ricaça admoestou-a, com a seguinte repreenda:

 

“Oh menina isso não se faz, pãozinho é Corpo de Cristo. Anda lá, apanha-o, beija-o e come-o.”

 

Um cão, esquelético, cheirou aquele naco empedernido, e prosseguiu caminho, ao mesmo tempo que a garota ignorava o sermão, virava costas e desaparecia.

 

Entretanto os sobejos, os do lanche, eram zelosamente guardados, enquanto o tal “Corpo de Cristo” permanecia no chão.

 

“Corpo de Cristo”?

 

"Corpo de Cristo" ou “pão que o diabo amassou?”

 

 

Nuno Espinal

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 28 Setembro , 2010, 19:20

 

A utente de Centro de Dia, Susete Neves, faz hoje 28/09, 53 anos. Para comemorar ela pediu um bolo de aniversário para partilhar com os restantes utentes.

Das coisas materiais da vida muito pouco ou quase nada recebeu. Mas, hoje foi um dia especial. Fez anos e teve direito a um bolo de anos, que partilhou com as suas amigas do Centro de Dia.

Cinquenta e três anos de idade.

Os Parabéns de todos nós à Suzete Neves.

 

Foto: Andreia Tavares

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 28 Setembro , 2010, 10:06

Todos o conhecemos pelas suas mentirolas e gabarolices. Desta vez veio-nos com uma história passada em praia dos arredores de Lisboa. Estava sozinho, sentado na areia a saborear o sol.

 

Tempo depois, um corpo escultural de mulher prendeu-lhe o olhar. Também ela sozinha, linda, reconheceu-a. Uma artista das telenovelas, uns saborosos trinta e tal anos de perfeição, o nome não disse, “n’oblesse oblige”.

 

Um primeiro olhar trocado, não mais que casual. Mas, depois… nova troca de olhares, e mais olhares, cuidado isto promete! 

  

Foram os dois à água, um mergulho. Ela primeiro, ele logo atrás, códigos mentais já a funcionarem.

Troca de palavras, primeiro tímidas, eu sou este, eu sou esta, já te conheço da TV, depois toques de mãos, mais palavras e um primeiro beijo.

 

Tornaram às toalhas, juntaram-nas. Química, muita química, o sol a aquecer, a libido já ao rubro, os corpos já em desejo.

 

Não suportaram mais. Tinha que ser, homem e mulher não são de gesso. Foram até sítio escondido, por entre umas rochas. Ali, meu deus, aquilo foi divinal. Indescritível! De ficar sem fôlego. Hercúleo mesmo. De tal maneira que, de tanta paixão, ele esfolou uma das pernas de tanto roçar no lençol…

 

No lençol? Pergunta um de nós. Então não estavas nas rochas?

 

Todos à galhofa, ele ficou atrapalhado. A descrição imaginativa tinha-o traído. Gaguejou um pouco, andou para ali às aranhas, até que arranjou uma saída e disse:

 

Então?... No lençol de banho…

 

 

Nuno Espinal    


publicado por Miradouro de Vila Cova | Domingo, 26 Setembro , 2010, 17:22

Ontem, em Coimbra, marcaram-se, por certo, os três melhores golos da jornada. Os seus autores foram Diogo Melo, Sougou e Laionel.

Mas os “media” só conhecem os golos dos chamados grandes, Benfica e Porto. Dos de Coimbra poucas imagens e quase nenhum comentário.

Ah grande Portugal democrático!

Mas, no futebol como na política. Das candidaturas presidenciais, da mais nobre, em termos de dignidade e pureza, poucas notícias e quase nenhuma imagem.

Eis o Portugal que temos. E viva o “estado novo”!

 

Nuno Espinal

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Domingo, 26 Setembro , 2010, 02:16

Finalmente temos equipa. E o primeiro treino já se realizou. Entusiasmo a rodos e a certeza de que Vila Cova continua a afirmar-se como uma das poucas localidades do concelho de Arganil representadas por uma equipa de futebol. Mas esta vitória, a de continuar a contar com a presença do Vilacovense no campeonato do Inatel, deve-se a um grupo de vilacovenses a quem o orgulho e o sentimento regionalista ditaram o gesto.

Chegou a existir a convicção de que esta época não seria possível. Os dias corriam e a data limite de inscrição de jogadores estava prestes a ser atingida. Era necessária, perante o “términus” da Direcção anterior, que houvesse quem se assumisse como comissão dirigente do Vilacovense e perante o Inatel assumisse a responsabilidade de inscrição e direcção administrativa da equipa durante toda a época.

Mesmo no limite a necessária comissão surgiu e inscreveram-se jogadores. Consegui-los não foi fácil e valeu a carteira de conhecimentos de alguns, como de Zé Raimundo ou de Fábio Leitão.

Equipa inscrita, sexta-feira à noite realizou-se o primeiro treino. Presentes mais de uma vintena de jogadores que ouviram Zé Raimundo, porta-voz, na circunstância, da comissão dirigente, exortá-los a entregarem-se com determinação e respeito pela camisola que vão envergar.

Falou depois o novo treinador do Vilacovense, Carlos Gomes, um jovem avoense, que frisou a importância dos treinos, por razões de melhor aquisição de atributos técnicos e tácticos dos jogadores, mas acima de tudo de melhoria das suas “performance física”, essencial na dureza do campeonato do Inatel.

Veio a parte prática do treino com uma “peladinha” de alguns minutos, perante o olhar atento de alguns dos novos dirigentes, entre os quais, para além dos citados, José Santos, Margarida Fernandes e Rui Lourenço.

“A ver vamos o que isto vai dar”, ouvia-se de alguém. “Muitos jogadores novos, uma verdadeira incógnita…mas ganhe-se ou perca-se o mais importante é que Vilacovense já temos”.

 

Nuno Espinal 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Sexta-feira, 24 Setembro , 2010, 09:52

 

É impressionante esta incapacidade, que no país é geral, de reacção das pessoas quando direitos seus são ignorados e vilipendiados, em especial direitos colectivos.

Apenas um exemplo e para nos atinarmos a um caso entre muros. O caso da “mini-hídrica” a montante de Vila Cova. Quando da sua construção, há uns anos, apenas uns escassos protestos individuais. Entretanto, a mini hídrica construiu-se, em condições que nunca assistiram às populações, e hoje todos clamam contra os prejuízos que aquele monstro causa à fauna, flora e ao ambiente natural do rio.

Passividade colectiva, ausência de atitude cívica e acima de tudo um completo colapso identitário, aquilo que nos cria um sentimento do “nós”.

A este propósito, talvez valha a pena recordar caso do sino de Vila Cova…

 

Quando, por Decreto Lei de Maio de 1834, as Ordens Religiosas foram extintas, os Frades viram-se forçados a abandonar o Convento de Vila Cova.

À excepção da Igreja e do respectivo espólio adstrito, todo o património que integrava o Convento (edifício, terrenos de lavoura e mata) foi vendido em hasta pública a um adquirente particular. Mas mesmo algum espólio, composto, na generalidade, por paramentos e alfaias, foi distribuído por igrejas pertencentes ao arciprestado.

Presumindo um certo facilitismo em todas estas negociatas, o povo de Arganil, com o apoio do pároco,sentiu-se encorajado e tomou a decisão de se dirigir à Rainha, pedindo-lhe bondade e decisão para que o sino da Igreja do Convento de Vila Cova fosse direitinho para a torre da igreja da sua vila, já que o que nesta servia se encontrava necessitado de substituição.

Insensatamente, a Rainha acedeu. Por certo não conhecia a fibra dos de Vila Cova, que logo fizeram chegar ao Paço a devida resposta. "O sino de Vila Cova não sai. Mesmo debaixo de fogo não nos renderemos".  E o sino não saiu.

 

Outros tempos…

 

Nuno Espinal

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 22 Setembro , 2010, 19:51

O Poder Local, tal como vigora em Portugal, integra-se na lógica da Democracia Representativa, da qual sou defensor. Sou-o na inexequibilidade e impraticabilidade de outro “modus operandi” que supere, a meu ver, qualitativamente o que é a prática da democracia representativa.

Claro que na democracia representativa a acção do cidadão quase se esgota no exercício do seu direito ao voto. Outras alternativas, contudo, já experienciadas, não provaram bons resultados, estando aquém dos da democracia representativa.

Não deixa, todavia, de ser ponto incontornável, que aos cidadãos seja concedido o direito de participar em processos de tomada de decisões, para além da sua mera participação eleitoral, quanto a actos que não perturbem (e até tendam a aperfeiçoar) o normal funcionamento da vida política e institucional do país e através de mecanismos legalmente instituídos.

E é aqui que retorno ao chamado “Poder Local”. A actual estruturação autárquica, em comunidades de pequena dimensão, é a que melhor se adequa, no interesse e benefício das populações?

Não estou em crer, considerando a actual lógica de representação partidária. E digo até mais. O velho “regionalismo”, então congregante de vontades e entregas colectivas, tinha muitas virtudes, hoje quase perdidas.

 

Nuno Espinal


publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 21 Setembro , 2010, 11:15

Chamavam-lhe “Zé Merendas” e por Vila Cova, sua terra natal, se ficou nos últimos anos de vida. O porquê da alcunha não sei. Mas, conhecendo como conheci o “Zé Merendas”, sou levado a crer que o epíteto não andaria longe do seu afã em patuscadas, passadas numa curtida galhofa com amigos.

Teve um percurso de vida sem certezas, deitando mão ao que lhe pudesse garantir uns cobres ao fim do mês, fosse onde fosse.

Foi assim que um dia o vou topar no Estoril, em pleno Verão, já lá vão mais de quarenta anos, junto à zona de praia, com um estendal de artigos muito variados e próprios da época e do local. Chapéus, bonés, óculos de lentes plásticas de sol, baldes de criança e outros brinquedos, pentes e outras coisas mais, tudo para venda.

Integrado num grupo de amigos, decidi, antes de me chegar ao Zé para o cumprimentar, participar na escolha do local onde, na praia, iríamos abancar.

Demorei uns quinze minutos. Lá fui depois para dar um abraço ao Zé. Mas, lá chegado qual Zé qual quê. Permanecia o estendal de artigos e, como logo percebi, solidariamente supervisionados por um outro vendedor, em precaução à cobiça de amigos do alheio.  

Indaguei e obtive a resposta:

-Esse amigo foi comer uma bucha, está na hora dele, ainda demora…

E nem precisava de ter perguntado. É que o Zé, bem precavido, tinha deixado uma grande tira de cartão, junto aos seus artigos de venda, com o seguinte dizer: “FECHADO PARA ALMOÇO”.

Sempre o mesmo “Zé Merendas”, grande castiço!…

 

Nuno Espinal

   

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