Estamos em tempo de Festas, que vão acontecendo por todo o lado. Mas as Festas, de hoje, estão longe de ser o que eram aqui há uns anos. O que prevalece, actualmente, é a vertente do espectáculo. E, assim, manda quem mais tem. E quem mais tem mais pode. Os centros populacionais, os que dispõem de mais capital, não se escusam a publicitar, em cartaz, grandes vedetas dos palcos em Portugal. Arganil está quase aí com as “Noites de Verão”. Depois há-de vir a Ficabeira e já se anunciam e vaticinam vedetas do musical.
Ontem, por exemplo, em Oliveira do Hospital, aconteceu uma noite mágica, com Ana Moura, uma voz do fado. Mas para além da voz, em Ana Moura há muito mais que nos envolve. Olhos e tez morenos, corpo e gesto plenos de emoção, sentimento, sensualidade.
Fantástico o momento do fado clássico “Loucura”. Olhos fechados, houve encanto, houve sonho…
“Sou do fado
Como sei
Vivo um poema encantado…”
E Ana Moura é um poema do fado.
Texto: Nuno Espinal
Fotos: António Silva, "Rouxinol de Pomares"
(Um grande obrigado ao António Silva pelas excelentes fotos que disponibilizou, ao Miradouro, de Ana Moura. É de facto um grande amigo. E eu tive o privilégio de ontem ter convivido com ele em Oliveira.)