Claro que a agricultura de subsistência, na nossa zona, já é das calendas. Mas há produtos sacados à terra que ainda fazem parte das lavouras de muitas famílias. A batata é um deles.
E, em pleno período da sua apanha, a paisagem dos campos é salpicada por grupos que, no estorrico de um sol escaldante, a arrancam, para depois a ensacarem.
A lavoura, nos trabalhos em que maior quantidade de braços é precisa, é feita em partilha, em entreajuda.
Junta-se a família, acrescida de amigos, hoje na minha fazenda, amanhã na fazenda de um amigo, de outros amigos.
E vão-se repetindo os ciclos, ainda que, nos seus preceitos, usos e práticas, com adaptações às circunstâncias.
Há, para alguns, uma nostalgia do que era em outros tempos. E, para outros, o que é hoje há-de ser nostalgia em tempos do devir.
Nuno Espinal