Ainda que me sinta alheado e crítico destas comemorações dos “dias de qualquer coisa” marcados no calendário, a verdade é que esta aldeia global que inexoravelmente nos envolve e integra não nos permite pontos de fuga para um abrigo totalmente isolante.
E pronto! Eis as comemorações (ontem) em todo o mundo (em todo o mundo - é assim que eles dizem) do Dia Mundial da Mulher.
À noite quis o acaso que assistisse a um documentário, numa das nossas “têvês”, sobre a tragédia na Madeira. Imagens dilacerantes, pungentes. A certa altura do filme a história dramática de um grande homem, bombeiro de profissão que, no afã de salvar vidas, perdeu a sua própria vida.
Surgem imagens em grande plano do rosto da filha órfã, jovem de uns doze anos. Chora convulsivamente e diz: Tenho tantas saudades do meu pai!
Comovi-me e muito. E foi esta ainda tão pequenita mulher que me marcou o dia.
Nuno Espinal