Estes dias de copiosos aguaceiros coagem-nos para o abrigo das casas. Ruas e caminhos desertos, a estrada, de uma ponta à outra, a ecoar raramente as passadas de alguém.
Deixo-me andar por andar, nem me dou que, aos poucos, me alongo em caminhada. Afasto-me do casario, passo atrás de passo, eis-me na Portela. Mais umas passadas, dali à Moenda um instante. Continuo, continuo, sem quase dar que continuo, o rio a meus pés. Os pensamentos acompanham-me, somam-se as imagens, inevitáveis as recordações.
De súbito um rebanho. Cães que me afagam, gado e pastor mais ao longe. As imagens são reais, o tempo é que é passado.
Ah, este bucolismo d’antigamente!…
Nuno Espinal