Vila Cova, zero horas, nasce 2010. Foguetório, bater de tachos e panelas, vozearia por todo o lado. Cinco minutos de alarido. Depois, na rua, tudo regressa à calmaria. O festim, a prosseguir, tem os seus espaços da praxe. Ceias, brindes de bom ano, beijos, abraços e siga a música. Nos lares de cada um as “têvês”, invariavelmente, prendem a minha gente com as finalíssimas de concursos, que se arrastam há semanas. Bate a meia noite e todos nós de olho aberto, todos presos ao mesmo.
Pois é! Minhas senhoras e meus senhores, eis a globalização pura e dura, eis-nos organizados e ligados, planetariamente, à ideia da importância de um mero “tempo de relógio”. Depois o que muda, em alguns casos, é apenas uma razão de dimensão. Dos aparatos sofisticados, no gigantismo das grandes cidades a um simples bater de tachos e estrondear de foguetes, na pequenez de uma simples aldeia.
Nuno Espinal