Eis uma foto muito restrita a Vila Cova e dirigida particularmente a um grupo etário dos sessenta e mais anos. A pose teve por cenário a Senhora da Graça e aconteceu há mais de cinquenta anos. É-me particularmente afectiva nas saudades, em especial por nela surgir meu avô. Outros eram os tempos e quão diferentes dos da Vila Cova de hoje. É que muito de facto mudou. Para melhor, para pior? É verdade que, nos dias de hoje, nem tudo serão rosas. Mas é também verdade que o povo sempre chamou àqueles tempos “tempos da miséria”. E, quanto mais não seja, só por essa referência, benditos sejam os tempos de hoje.
Dos convivas desta foto, gente que estava longe de viver marcada pela miséria desses tempos, apenas resta com vida um deles: José de Figueiredo Pinto. Endereçamos-lhe votos de muitos mais anos de vida.
Da esquerda para a direita: Srs. João Rafael Abranches de Figueiredo, Eng. Silvestre Leitão, Fernando Gabriel, Alfredo Ribeiro (meu primo), José de Figueiredo Pinto (meu primo), Joaquim Nunes de Oliveira (meu avô) e Padre Januário Lourenço dos Santos.
Nuno Espinal
Há dias publicámos um texto sobre o “Cepo na Praça”, o qual referia as seguintes palavras ditas pelo Sr. Benjamim:
“Sabe? Aqui há uns anos, depois da missa do galo isto era uma festa. A mim calhou-me um ano ir com outros à hortaliça. E lá fui para a Datão, surripiámos umas couves e repolhos, enchemos três sacas. O Dr. Júlio dava o bacalhau, o Toneca do Sr. Gouveia aparecia com uns garrafões de vinho, havia quem desse as batatas, quem desse o azeite, não faltava nada. Cozinhava-se em panelas de ferro, que se punham ao lume do cepo e depois comia-se e bebia-se junto ao cruzeiro. Era uma paródia, até às tantas.”
Dessas “paródias” temos fotografias, que nos foram cedidas pelo Sr. António Paiva, fotos com cerca de 18 anos, ainda que não tenham sido captadas na noite da consoada, mas sim um ou dois dias após o dia de natal. Publicamos duas que atestam a forma divertida e confraternizada como as pessoas conviviam. As fotos são curiosas até porque evidenciam bem as diferenças físicas que nesta quase vintena de anos ocorrem em qualquer um de nós. Outras iremos, na oportunidade, publicar. E quase que aposto que suscitam nos vários protagonistas, este tão constante comentário: “Quem me dera nesses tempos!…”
Nuno Espinal
CONVOCATÓRIA
Convocam-se todos os Ex-Mordomos de Comissões de Festas de S. João em Vila Cova de Alva a comparecerem no próximo dia 10 de Janeiro no Salão da Casa do Povo, pelas 18 horas, a fim de serem denunciadas todas as verbas avulsas remanescentes de peditórios para a realização daquelas festas e ser votada uma proposta que visa aplicar o fundo financeiro, a constituir pela soma das referidas verbas, em obras de reparação da Capela de S. João, no Alqueidão, nomeadamente das escadas que lhe dão acesso.
Vila Cova, 29 de Dezembro de 2009
Ex-Mordomos da Comissão de Festas da S. João, no ano de 2009
O Vilacovense tinha agendado, para este Domingo, um jogo em Vila de Mato com a equipa local. Contudo, dado que cada uma das equipas não dispunha do número de jogadores suficientes para se apresentarem completas em campo, foi acordado que o jogo fosse adiado, estando agora marcado para o próximo dia 10 de Janeiro.
É incompreensível que nesta época do ano se marquem jogos para o Campeonato do Inatel. Aos grandes profissionais de futebol dá-se folga, a estes amadores integrais marcam-se jogos!
O povo de Vila Cova acorreu ontem à noite, em grande número, ao Salão da Casa do Povo, a fim de, com a maior das expectativas, ouvir a nova “Flor do Alva”, na versão do novo Maestro António Simões. E tudo leva a crer que todos os que estiveram presentes naquele Salão testemunharam que a Flor do Alva ultrapassou o que de melhor da sua prestação se poderia esperar. De facto, a Filarmónica provou ter refinado a sua qualidade e isto em apenas um mês de ensaios com António Simões. Nota-se, inclusivamente, que há um trabalho de aperfeiçoamento individual e que alguns dos seus jovens músicos mostram grande evolução, o que acaba por se percutir no rendimento colectivo da Filarmónica.
Não se pode ignorar, contudo, que o actual êxito da Flor do Alva não deixa de estar ligado a anteriores maestros da banda, nomeadamente Rui Quaresma e Ricardo Calado. Esta afirmação foi mesmo referida pelo Presidente da Instituição, José Raimundo, que exaltou, de forma especial, o empenho de Rui Quaresma, que, segundo as suas palavras “ressuscitou a Flor do Alva numa altura em que o desaparecimento desta era um acontecimento quase certo”. Rui Quaresma que recebeu uma das maiores ovações da noite, numa prova de reconhecimento do povo de Vila Cova, quando deu entrada no Salão da Casa do Povo a fim de assistir ao concerto.
Houve ainda uma particularidade que foi anunciada por José Raimundo. A aquisição de uma nova carrinha que passará a prestar serviço à Banda, aquisição esta só possível graças ao apoio monetário da Câmara Municipal de Arganil, que neste concerto se fez representar pela sua vereadora da cultura, actividades desportivas e recreativas, Drª Paula Dinis.
Encarregou-se da apresentação dos vários momentos que ocorreram durante o concerto o conhecido locutor do Rádio Clube de Arganil, José Conde, que mais uma vez se disponibilizou à participação em um acontecimento da Flor do Alva. Foi, de resto, José Conde quem leu o muito extenso e qualitativo currículo de António Simões, no momento da apresentação deste aos vilacovenses.
Maestro António Simões que intervalou sempre, entre as peças musicais que foram exibidas, palavras explicativas e ainda exortativas ao crescimento qualitativo da Filarmónica, como estas que atestam o seu estado de espírito e de empenho para com a Flor do Alva: “Faço aqui um apelo para que as entidade responsáveis, nomeadamente a Câmara, a Direcção da Flor do Alva e o Povo desta comunidade nos ajudem. Se assim for prometo-vos que será possível fazermos coisas muito bonitas “.
Não duvidamos. Pelo que temos presenciado acreditamos muito neste tal futuro bonito da nossa Flor do Alva.
Nuno Espinal
Menos presenças na Missa de Natal este ano, talvez porque há menos gente de fora a passar a quadra natalícia em Vila Cova.
Mas o ambiente de Natal esteve todo presente na Missa, com a Igreja decorada com motivos natalícios, o presépio, a árvore de Natal e a homília do Padre Cintra dedicada na íntegra ao nascimento de Cristo.
Uma passagem da homília que sublinho pela actualidade: “Cristo dedicou-nos a sua obra, deu-nos bens para os podermos usufruir. Respeitar esses bens, que também fazem parte da ecologia, é uma forma de respeitar Cristo, de respeitar Deus”.
Um dos momentos altos desta Missa é o tradicional beijo da imagem do Menino Jesus. E é nesta simbologia que eu faço o principal nexo de ligação ao passado. E ao fazê-lo faço-o também ao futuro. Todos nós somos mortais. Mas, a celebração do nascimento de Jesus foi dos nossos antepassados, é nossa, na nossa actualidade, há-de ser, no futuro, dos nossos vindouros. O beijo a Jesus é a nossa participação ao vivo no presépio, a nossa ida ao local de nascimento de Jesus, que é de todos os lugares, numa representação ubíqua, que traduz a grande dimensão do mundo cristão a que pertencemos.
Nuno Espinal
Comentando o comentário de um leitor, não sei se o cepo que arde na Praça tem o significado do cumprimento da tradição. Porque já nem todos os anos arde e quando arde, como acontece este ano, arde porque um ou outro resistente se dispõe à iniciativa, num acto mais de recriar a tradição. É que já falta aquele impulso interior, que era de toda a comunidade, quando finda a missa do galo, espontaneamente o povo se deslocava à Praça para apreciar as labaredas do cepo e contrariar a frialdade daquelas noites gélidas de Dezembro.
Este ano lá se armaram uns troncos que cerca da meia noite de 24 irromperam
“Sabe? Aqui há uns anos, depois da missa do galo isto era uma festa. A mim calhou-me um ano ir com outros à hortaliça. E lá fui para a Datão, surripámos umas couves e repolhos, enchemos três sacas. O Dr. Júlio dava o bacalhau, o Toneca do Sr. Gouveia aparecia com uns garrafões de vinho, havia quem desse as batatas, quem desse o azeite, não faltava nada. Cozinhava-se em panelas de ferro, que se punham ao lume do cepo e depois comia-se e bebia-se junto ao cruzeiro. Era uma paródia, até às tantas.”
Pois devia ser… noutros tempos!
Nuno Espinal
Ontem, dia 24, pelas 11 horas, o Sr. José Caetano foi vítima de um acidente de automóvel, em Venda de Galizes, tendo o seu carro, de que era o único ocupante, sido abalroado por uma outra viatura, que o fez capotar.
Apesar do aparato do acidente, o Sr. José Caetano sofreu apenas leves escoriações e, já no Hospital de Oliveira do Hospital, foi-lhe detectada uma fractura de costela.
Sem outras consequências o Sr. José Caetano pôde seguir, com a esposa, ainda nesse mesmo dia, para Almada, onde foi passar o período de Natal com a filha, genro e neto.
Desejamos-lhe rápido restabelecimento.
Tentei, fiz mesmo várias tentativas, mas não consegui melhor do que esta imagem. Tirada da estrada, na zona dos “loureiros”, eis o Bairro de S. Sebastião, numa noite de negridão, salpicado pelas já imprescindíveis luzinhas de Natal.
O que me importa, nesta foto, são mesmo as tais luzinhas. Não estão tão realçadas, longe disso até, quanto numa observação ao natural. Mas, espero dos leitores compreensão. Pelo fotógrafo e pela máquina, que sendo das baratinhas até vai fazendo o que pode.
Fixemo-nos, pois, nas luzinhas. Sublimemos então a imagem. Faço um apelo à imaginação dos leitores. As luzinhas piscam, tremelicam, intermitentes, em matizes variados. Estão ali porque foram postas por alguém. Eu olho-as, recebo-as, elas vêm até mim. E recebo-as como de alguém que me quis dizer: é Natal, eu entro neste jogo de Natal e partilho contigo este momento.
E eu não enjeito a mensagem. E tanto assim é que, nesta partilha, ainda esta noite, ao olhar estas luzinhas, me senti tão envolvido que me pus alegremente a trautear uma canção, dos tempos das saudosas missas do galo, em Vila Cova:
“Alegrem-se os céus e a terra,
Cantemos com alegria,
Já nasceu o Deus Menino,
Filho da Virgem Maria.”
Uma Feliz Noite de Natal!… Boas Festas!...
Nuno Espinal