As noites de Agosto foram passeadas, estrada abaixo, estrada acima, por vários grupos, que aproveitavam a temperança refrescante e amenizadora dos abrasados calores do dia. Éramos alguns, mesmo muitos para o habitual esvaziado da terra.
O meu grupo de passeantes estendia as suas passadas até ao entroncamento, onde permanecia em tertúlia no miradouro.
Conversávamos sobre tudo e, já cinquentões e até sexagenários, divertíamo-nos com as narrativas das muitas histórias, algumas retiradas do nosso álbum de recordações dos verões de Vila Cova.
Entretanto, chegados os últimos dias do mês foi-se dando a debandada.
Ainda assim, as noites, já mais frescas, têm-se continuado convidativas ao passeio. Os três, que desse grupo restamos, temos mantido estas “movidas” nocturnas, com prazer reforçado pelas últimas noites de um luar cheio e prateado.
Mas não tarda que uma implacável fresquidão nos force ao aconchego da casa, com as chaminés a fumegarem negas à friagem que o Outono, já breve, nos vai trazer.
É assim a vida, há quem diga. E diz mais: O Natal está quase aí, pr’ó Natal é só um instante…
E isto apoquenta-me. O tempo é tão rápido e breve!
Nuno Espinal