publicado por Miradouro de Vila Cova | Sexta-feira, 31 Julho , 2009, 00:17

Já lá vão uns bons 45 anos. Vila Cova, nesse tempo, em Agosto, era sempre uma festa. A malta estudante, em período de férias, vinda de Lisboa, de Coimbra e do Porto, coloria e animava ruas, pervertia a pacatez da terra e provocava, nas suas irreverências, moralidades instaladas.

O tempo ia-o distribuindo pelo rio, pelas tílias, pelo barranco e, por vezes, em improvisadas discotecas, quantas vezes em espaços abertos e públicos, onde dançava ritmos que mais não eram que os da sua época.

Era então vê-los, pilhas de discos, onde estrelavam, entre outros, Chubby Checker, Sylvie Vartin, Françoise Hardy, Jonhy Halliday, Les Chats Sauvages e os imprescindíveis Beatles. A grande moda era o twist. As gentes de Vila Cova, ouvidos feitos a sonoridades caseiras, lá iam estranhando a destoante estrangeirice musical. Mas, quanto à música vá que não vá. Gostos são gostos, e não se discutem. Mas aquele jeito de dançar, aquele bamboleio, aquele meneio de ancas, aquele desengonce. E chamavam dançar àquilo? Chamassem-lhe o que quisessem, mas dança? A dar às ancas daquela maneira…”tu” quê?...”tu” “iste”? Aquilo é mais parecido com um gajo em cima de uma gaja, dizia um mais afoito. Risos gerais em aquiescência ao dito.

Ora, em casa de meus avós era, nessa altura, empregada de servir a Maria, rapariga da terra, de uns 16 a 17 anos. Maria, nome fictício porque o verdadeiro, por razões óbvias, omito-o. Era de uma extrema dedicação, delicada, mas muito simplória e ingénua. Um dia, minha mãe quis saber onde paravam os filhos. E foi à Maria que se dirigiu, chegada, então, da vila, onde fora a recados.

"Sei onde estão sim, minha senhora. Estão no Posto de Socorros, lá em baixo, na loja. Está lá a estudantada toda. A tarde inteirinha a dançarem aquela valsa…ai, como é que aquilo se chama?…tem nome de homem…ah!...já sei. Roque…a valsa do Roque (Rock)…mas olhe que o povo, aqui em Vila Cova, nem sei porquê, até lhe chama outra coisa…ai como é?...já sei, já sei…o fudiste."

 Diz, quem assistiu à cena, que minha mãe ficou sem pinga de sangue enquanto a Maria, tranquila e feliz, lá continuou a sua lida.

 

 

Nuno Espinal

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quinta-feira, 30 Julho , 2009, 09:11

Por força das acções em que estou envolvido, participo, regularmente, em alguns dos eventos que fazem “manchete” nos media da região. Daí que muito naturalmente conheça as responsáveis pelas coberturas jornalísticas desses acontecimentos. Jornalistas que acabam por ser sempre as mesmas, qualquer que sejam os acontecimentos a reportar, o que se compreende considerando o número reduzido e as necessárias restrições económicas destes órgãos de comunicação. Esta circunstância contribui, curiosamente, para que sendo elas responsáveis, face às suas funções, pela popularidade de terceiros, essa mesma popularidade, por feito das suas assíduas presenças nos acontecimentos que temporalmente vão acontecendo no concelho, as venha também a atingir. E em reforço desta poularidade é frequente serem elas mesmo referidas pelos protagonistas dos acontecimentos com enaltecimentos e agradecimentos públicos. Gera-se assim algo que é já um hábito social, um “modus vivendi” típico, um retrato do nosso próprio “folclore” regional.

Fenómeno também de popularidade acontece especialmente com os apresentadores da “nossa” Rádio Arganil, nas várias rubricas de programas lúdicos radiodifundidos. Aqui é frequente assistir-se a uma interacção com os ouvintes que não raro assume mesmo uma envolvência sentimental e até familiar. O apresentador como que entra na casa do ouvinte e dialoga com ele em directo, via telefone, como se de conversa privada se tratasse. Tudo pode ser pretexto de conversa e há, muitas vezes, um carinho recíproco de tratamento que mais ainda contribui para a popularidade que estas vozes da rádio adquirem no universo de ouvintes.

Ao publicar este breve apontamento faço-o como motivo de uma principal finalidade. Deixar aqui expresso neste breve apontamento uma modesta homenagem, deste tão modesto meio que é o “Miradouro”, a todos os que no concelho têm por missão a tarefa de comunicar, seja em programas informativos, seja em programas de recreio e cultura, através da imprensa e da rádio.

Quem nestas fotos destacamos fazemo-lo por mera proximidade nos vários acontecimentos mediáticos em que temos estado presentes ou ainda por razões fortuitas da vivência quotidiana.   

Mas o reconhecimento é para todos os que nos nossos “media”, no dia a dia, nos dão a sua escrita e a sua voz. Um profundo agradecimento a todos

 

Nuno Espinal (O Miradouro)

 

 Lurdes Gonçalves em reportagem no Centro de Dia

 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 29 Julho , 2009, 08:55

Mais de cinquenta anos separam estas duas fotos. A mais recente foi tirada ontem, na esplanada, ao largo principal, de Coja. A antiga localiza-se em Vila Cova. Reencontro de amigos de ontem, velhos amigos hoje.

 

 “Esta Vila Cova já não é a minha Vila Cova”, diz amiúde Laurentino Costa. “Havia respeito, pá…as pessoas eram respeitadas, os valores eram outros…hoje nem sequer os há!”

Jorge Ferrão aquiesce: “Era outra gente…respeito, seriedade, confiança…os mais velhos, esses, eram tratados com merecimento, consideração…hoje é o que se vê… “

 

Deambulam na conversa, falam disto e daquilo.

 

Ao lado, enquanto leio o jornal, vou-lhes captando uma ou outra frase.

É curioso! Sou mais liberal, mais flexível nas ideias, menos ortodoxo, não me revejo nas suas ideologias residuais e, no entanto, dou-lhes razão em tudo. Ou seja, nas frases soltas que lhes capto, repito.

Contudo, tudo, ou muito, muda na amálgama do contexto. Ou melhor, nas coisas vividas da vida. Na minha perspectiva, claro.

 

Nuno Espinal

 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 29 Julho , 2009, 00:01

 

Dia 7 - Gabriel e a sua Banda

Dia 8 - Baile com o conjunto "Gromape Music" de Arganil

Dia 9 - Baile com o conjunto Pimba Pimba


publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 28 Julho , 2009, 07:58

Fernanda Caetano, Tó Né e Toneca

 

 

Nem rio, nem patuscadas, nem passeatas pela estrada fora, como era costume nas noites de Verão. Quão diferente esta Vila Cova de agora!

Este mês, gente de fora, praticamente ninguém. Lá encontrei o Zé Oliveira Alves, que está a veranear uns dias na Quartedeira e estive com o Fernando Vicente, que é costumeiro aos fins de semana. E pronto! Dos da minha geração fico-me por aqui. Dos mais velhos, o meu primo Jorge Ferrão, com quem partilho em Coja, todas as manhãs, a mesa de café.

Entretanto Agosto não tarda e, não frustrando o que é normal, é suposto que isto possa animar um pouco. Certo por estas bandas, em breve, será a presença do casal Tó Né /Fernanda Caetano. Outros hão-de vir. O Toneca (António Gabriel de Almeida), por exemplo, também não deve tardar. E a propósito aqui lhe deixo um recado: Caro amigo Toneca ficas desde já convocado. Para quê? Para cozinhares uma bela caldeirada como só tu sabes. Afinal, temos que recriar o Agosto daqueles tempos…”Aquele Querido Mês de Agosto!”

 

Nuno Espinal  

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 28 Julho , 2009, 07:25

Do meu amigo António Cardoso recebi um mail do qual transcrevo a seguinte parte:

 

Boa tarde Caro Nuno:

/…/

Aproveito a oportunidade para lhe dizer que vi no Miradouro uma referência a Vinhó, devido a um concerto da Filarmónica Flor do Alva. Não sei se a noticia é sua? Mas em todo caso aqui fica o meu esclarecimento, em Vinhó não há Santo Amaro é o Santo Antão que é o Padroeiro e a festa é em sua honra.

O Santo Amaro é festejado na Cerdeira no mesmo dia e dai talvez a confusão ou de quem informou.

 

Um abraço amigo

 

A. Cardoso

 

De facto a notícia foi por mim “postada” na base de uma informação que, nesse pormenor,  está errada, o que acontece. Mas, felizmente, há quem sempre esteja atento, e que se presta à devida correcção – o que se agradece. As nossas desculpas aos leitores e um grande obrigado ao Cardoso.

 

Nuno Espinal

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Segunda-feira, 27 Julho , 2009, 00:29

Elites Sociais e Políticas de todo o concelho acorreram à inauguração das obras (era assim que rezava o convite) de beneficiação da estrada “Casal de S. João/Vinhó”. O Presidente da Câmara, Eng. Ricardo Alves, acompanhado pelo Presidente da Junta de Freguesia, Sr. António Tavares, fez o habitual corte da fita com que se simbolizou a abertura do novo pavimento da estrada, que é sem dúvida um benefício, em especial, para os condutores das duas localidades.

Durante o cerimonial e no convívio gastronómico que se seguiu à inauguração foi recordada a figura do Sr. Alfredo Lourenço, tendo sua filha recebido um ramo de flores.

 

Nuno Espinal

 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Domingo, 26 Julho , 2009, 07:59

A “Flor do Alva” proporcionou ontem à noite um concerto em Vinhó, como forma de compensar, segundo informação que colhemos de um dirigente daquela Banda Filarmónica, o concerto não realizado aquando da Festa de Santo Amaro, em virtude da chuva que naquele dia caiu.  

O concerto, realizado ao ar livre, no terreiro anexo à Associação Recreativa da localidade, atraiu bastante povo, sendo notória a presença de muitos vilacovenses.

A Flor do Alva exibiu-se a um bom nível, dirigida pelo seu maestro Ricardo Calado.

 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Sábado, 25 Julho , 2009, 09:11

Deixaram-se fotografar para que lhes pudéssemos exibir as novas “fardamentas”. E já agora leitores, qual é a vossa opinião? Houve ou não bom gosto? Sinceramente, achamos que sim.

Quanto à diferença, a explicação é a seguinte: para as tarefas da cozinha a “fardamenta” é toda em branco. Imposições regulamentares. Para as outras fica apenas um critério, o critério de escolha.

 

Entretanto, aproveitando a ocasião, aqui deixamos um desejo que formulamos às três modelos. Ou melhor, para começar, às duas modelos. Às mais jovens, a Manuela e a Joana. Que estreiem muitas fardamentas. É bom sinal para as duas. Quanto à Dª Adelaide não lhe formulamos igual desejo porque, simplesmente, muito em breve vai entrar, merecidamente, na situação de reforma. A idade assim o determina. Mas deixamos-lhe aqui também um voto. Um voto muito sincero: de que possa apreciar muitas, mas muitas vezes, a estreia de “fardamentas” no Centro de Dia. E, alargando o espaço dos destinatários destes votos, mais um desejo: o de que todos nós o possamos testemunhar. Com muita saúde, claro.

Nuno Espinal

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Sábado, 25 Julho , 2009, 02:42

Bem hajas meu caríssimo amigo de infância Nuno Espinal pela notícia de meus queridos Avós.

É certo que antes os Professores não se limitavam a ensinar mas também a educar e que nem sempre seria bem compreendida essa dura missão.

No entanto nós fizemo-nos GENTE e educados.

Nunca se passava numa rua que se não saudassem as pessoas. Hoje, nem BOM DIA nem BOA TARDE.

Havia respeito e se algum miúdo dissesse em casa que havia levado uma palmada, logo os Pais perguntavam:"que fizeste tu?"

Hoje, na época AVANÇADA de BRANDOS COSTUMES, ninguém se conhece, todos refilam, nada acatam porque já nasceram ensinados e o respeito que os mais velhos nos mereciam "anda onde"? Pois é...somos “COTAS”, pois, mas a experiência da vida ensina-nos muito, que nos nossos verdes anos não enxergávamos.

Não creio que no tempo em que se confundem valores, se é que os há, essa realidade seja entendida.

Concordo que NEM 8 NEM 80 pois todos somos Gente.

Noto que actualmente se sabe pouco dessa tão importante matéria. Nós, alunos que fomos desse sistema antigo, cá estamos agradecidos e com carinho recordamos nossos MESTRES.

Hoje...isso sim! Ofendem-se e agridem-se os Mestres e se calhar em casa é o que Deus sabe e que nós não vemos ou sabemos.

Temos que ponderar e aprender a viver em DEMOCRACIA QUE NÃO É DE FORMA ALGUMA LIBERTINAGEM. Todos temos direitos consagrados, porém, nossa Liberdade finda onde começa o da pessoa que passa ao nosso lado.

Nesse tempo duro, havia mais respeito e contenção que é necessário REAPRENDER.

Só assim se pode caminhar para um Mundo MELHOR e mais JUSTO, não será?

 

Dalila Pina

 


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