Dia 25 de Junho, dia de piquenique, como diz a tradição. Desloco-me ao Alqueidão para perceber o ambiente. Nem vivalma junto à Capela. Espero e quando já passa das seis ponho-me em retirada. Alguns metros andados e do outro lado da estrada um velho teimoso. Todos os anos lá está. O Eng. Alexandre acompanhado da família e amigos. “Ainda é capaz de vir mais um ou outro. O Renato e a Família vêm sempre - diz-me. Sou convidado a beber um copo que acompanho com uns saborosos peixinhos da horta.
Compromisso leva-me até ao Centro de Dia. Os nossos amigos idosos, temerosos de uma ou outra nuvem ameaçadora, preferiram a certeza do habitual abrigo. Come-se o farnel que estava destinado ao Alqueidão. Há quem me desabafe: “Para mim até é melhor ficar por aqui, sabe? Lá em cima não resisto às saudades. E são tantas…O meu marido, que Deus tem, toda a família…”
Depois é a debandada, cada um no regresso ao seu sossego.
Não é o meu caso. Convite de amigo leva-me à Digueifel, à Quinta do Zé Carvalho. Vilacovenses, cojenses e arganilenses, entre os quais o Presidente da Câmara, em amistoso convívio. Come-se e bebe-se do melhor. O Zé Carvalho (fã do Alqueidão, mas também receoso da chuva)sempre extremoso com o neto Eduardo. O pequenito apregoa: Benfica, Benfica, Benfica… Não é nada Benfica, é Sporting, Sporting, Sporting… dizem alguns. Gera-se o despique clubista, cada um a puxar a sua brasa. Até que no meio da azoada surge, como perdida, uma voz: Académica, Académica… E logo o Eduardo meio perplexo: Camineta?
Surgem, entretanto, duas concertinas, canta-se o fado à desgarrada. Emerge um cantador de eleição: o Dr. Avelino, o delegado de saúde.
As horas passam entre cantorias, chalaças, risadas e boa disposição. Mas, um outro destino já nos chama: A Praça, o âmago da Festa do nosso S. João.
Texto e Fotos: Nuno Espinal