A notícia, ainda que esperada, não deixa de provocar um sentimento de grande tristeza em todos aqueles que se habituaram a ter da Comarca de Arganil um companheiro habitual de leitura informativa que, com um cunho especialmente regionalista, cobria, há quase 110 anos, todo o concelho de Arganil.
Para além de informativa, A Comarca de Arganil sempre assumiu uma função de inegável atitude formativa e constituiu-se, ao longo dos anos, como um verdadeiro acervo e fonte documental onde praticamente está escrita uma parte substancial, senão total, da história das comunidades de todo o concelho de Arganil.
Por estas e outras razões escusadas de referir por desnecessárias, já que facilmente deduzidas, assumimos o compromisso pessoal e institucional, na nossa condição de Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Vila Cova, de nos juntarmos a todos aqueles que pretendem ser um contributo pelo renascimento, que queremos breve, deste verdadeiro esteio da cultura regionalista que é a Comarca de Arganil.
Nuno Espinal
EDITORIAL
A COMARCA suspende a sua publicação a partir do presente número, informação esta de tremenda responsabilidade visto que, ininterruptamente, se vinha publicando desde 1 de Janeiro de 1901.
Explicações encontram-se dadas num “Esclarecimento” da Gerência da Empresa, hoje também, publicado.
De facto, quem é honesto, dificilmente consegue vencer as dificuldades. Entrámos em processo de insolvência pelos motivos explicados e já conhecidos. Todavia não conseguimos reunir as condições necessárias que permitam manter em publicação o jornal. Aguardamos agora a decisão judicial que decorre daquele processo no Tribunal de Arganil, para depois se ver o que será possível fazer-se. Simultaneamente encerram também as instalações comerciais.
Os últimos tempos têm sido difíceis de controlar e os problemas agravar-se-iam se não fossem, de imediato, estancados.
Só com boas palavras, as quais agradecemos, não conseguimos vencer as “crises” que nos afectam. Desculpem-nos a sinceridade.
Desde a impossibilidade de recurso ao crédito, aos cortes das comunicações telefónicas, de fax, de Internet, tudo nos tem sido feito e para cúmulo nunca ninguém apareceu como negligente ou culpado. Também os CTT nos recusaram o envio de uma emissão do jornal, porque, unilateralmente e sem qualquer aviso prévio, declinaram o contrato existente. E não havia pagamentos em atraso!
Assim não é possível resistir. Infelizmente parece ser o País que temos...
Aos assinantes, que já pagaram a assinatura para além do semestre em curso, as nossas desculpas e a esperança de poder ainda vir a compensá-los.
Despedimo-nos até... esperamos que relativamente breve.
O DIRECTOR