O tempo chuvoso e cinzento desmotiva a recordações dos meses de férias de antigamente. Mas é um facto que já estamos em Junho e nesta altura, há mais de quarenta anos, já Vila Cova recebia alguns veraneantes, em especial a rapaziada estudante vinda de Lisboa. A aldeia ganhava outra animação e o rio, no Salgueiral, recebia as primeiras braçadas do ano.
As “chegadas”, quase todas, aconteciam na carreira das 9 e meia da noite, vinda de Coimbra. Lá estavam os familiares, em grande número, a aprontarem efusivos e calorosos afectos, que na hora do reencontro eram instantes de emoções, lacrimosas e sorridentes, envolvidas com a azáfama das bagagens que iam sendo descarregadas, lá do cimo da camioneta, pelas mãos vigorosas do Sr. Zé Carvalho.
Ao outro dia toda a aldeia comentava: sabes quem chegou ontem? Foi fulano…vem bom, vai ficar por um mês…o filho é que fica o Verão todo…
Agosto era o “boom”, gente e mais gente, uma festa.
Hoje é tudo bem diferente. Tudo discreto, sem chama. Somos cada vez menos e cada vez mais distantes.
Nuno Espinal
Da esquerda para a direita: Toneca (António Gabriel de Almeida) José Luís, Quim Espinal, Tó Cruz, Maria Augusta Vicente, Manuel António, Nuno Espinal, Ana Kaupers, Lisboa Nunes, Elsa Oliveira e Abílio Vicente